19/06/2015 - IMPACTO ECONÔMICO DA VIOLÊNCIA
O Instituto para a Economia e a
Paz, órgão de pesquisa australiano, dedica-se desde 2008 a estudar o impacto
econômico da violência ao redor do mundo. As comparações que ele faz compreendem
161 países. No seu ranking, o Brasil ocupa o quinto lugar dos que mais gastam
com a violência, em valores, atrás dos Estados Unidos, China, Rússia e Índia.
Para o Instituto o Brasil gastou, em 2014, US$255 bilhões, o equivalente a 8%
do seu PIB. Tal número é muito elevado, visto que o Brasil gasta 7% com a Saúde
e por volta de 5% com a educação. Entretanto, quando a comparação é feita com
os países que mais gastam em relação ao seu PIB, o País cai para a 47ª posição,
sendo a liderança ocupada pela Síria, reconhecidamente em guerra civil, cujas
despesas alcançaram 42% do seu PIB no ano passado. Iraque vem em seguida com
31% e o Afeganistão com 30% do PIB. Isto se deve ao fato de que, nos cálculos,
são incluídas as despesas com as forças armadas, guerras, crimes, terrorismo,
polícia, serviços de segurança privada e outros conflitos.
No Oriente Médio os conflitos
estão associados à disputa de terras. No Brasil eles se encontram nos
homicídios a sua maior parcela de custos com violência, cerca de 50% do total,
o mesmo número do México. Para o referido Instituto, os homicídios cresceram
21% no ano passado, em relação a 2008, devido à elevação da taxa de inflação e
ao quase nenhum crescimento, sendo o descontentamento social o estímulo para
elevação da violência.
Os 161 países examinados
correspondem a 99,6% da população mundial, os custos alcançaram US$7,16
trilhões. Ao incluir os custos indiretos, como o custo de oportunidade de
investir em outros setores da economia, o montante se eleva a US$14,3 trilhões.
Isto equivale a 13,4% do PIB mundial. E estão 15,3% maior do que o valor
observado em 2008. Relembrando, no Brasil, no mesmo período cresceu 21%, mais
do que a média mundial.
Convém ressaltar que os gastos
com a violência global se concentram em despesas militares, representando 43%
do total, seguido de 28% para crimes, 18% para segurança interna e 11% para
conflitos em geral.
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