25/06/2015 - RECUO HÁ 25 ANOS
A atividade econômica de 2015
será a mais baixa dos últimos 25 anos. Em 1990, há pouco mais de 25 anos, estava
lançado no o Plano Collor. O maior desastre do século XX no Brasil, quando o
PIB recuou – 4,3%. Naquele ano também se conheceu a maior taxa de inflação
brasileira, anualizada, conforme o calendário gregoriano, em torno de 2.500%.
Claro, os números de hoje não são tão dramáticos. Dados coletados pelo Banco
Central, divulgados no boletim semanal Focus, que ausculta cerca de 100
credenciados analistas econômicos, permitiu estimativas de um recuo de – 1,1%
do PIB e a inflação em 9% em 2015, a maior desde 2003, isto porque em 1994 foi
debelada a hiperinflação, fincando a estabilidade dos fundamentos econômicos do
País, através do Plano Real, em vigor até hoje, há 21 anos.
O cenário da atualidade vem com
uma safra de más notícias desde o final de 2014, quando, após 18 anos, a União
obteve déficit primário nas contas públicas, além de uma deterioração geral da
contabilidade nacional. Isto é, em síntese, não fez sequer a economia de
recursos para pagar parcela dos juros da dívida pública e o País recebeu
ameaças das agências de risco de perder o grau de investimento, ainda pairando
no ar.
Olhando os dados estimados, para
uma retração forte no PIB, isto se entende pelo ajuste fiscal que o governo
está realizando. Vale dizer, elevando tributos e reduzindo gastos, claramente
contraindo o nível de atividade econômica. Espera-se que o preço a ser pago possa
reestabelecer o crescimento da economia, fato que demorará mais de um ano pela
frente. Embora a retração gere desemprego, pelo efeito manada (quando a
situação está ruim, a maioria procura proteger-se recuando e crendo que a
situação é pior do que a realidade e vice-versa), acredita-se que a recuperação
acontecerá nos próximos anos com efeitos benéficos. Ela prescindirá de reformas
econômicas há muito prometidas.
Observando a inflação, verifica-se
também o efeito manada. Porém, o remédio das elevações das taxas de juros trará
em tempo não distante, que a inflação recue para o centro da meta.
Assim, o ciclo econômico se
processa. Alternando recessão com crescimento econômico. O problema é sempre
saber como enfrentar o pior e desfrutar do melhor.
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