31/03/2015 - MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA
O Balanço Energético Nacional de
2014, do Ministério das Minas e Energia revela que o Brasil ainda utiliza a
maioria das fontes de energia poluente. Basicamente, o petróleo. Já foi muito
pior, quando nos anos de 1970, a Petrobras não produzia nem 20% das suas
necessidades, tendo de importar cerca de 80% do consumo. Os dois choques do
petróleo, o de 1973 e o de 1979, demonstraram como era inviável essa
dependência. O primeiro, de setembro de 1973, reduziu o crescimento do PIB de
14% daquele ano, para em torno da média de 6% nos anos seguintes. O governo
Geisel iria realizar investimentos fortes na produção de petróleo na plataforma
continental, para o Brasil hoje consumir mais de 90% do petróleo aqui
explorado. Ademais, criou o Proálcool, que, não decolou nos anos de 1970/1980,
em razão de que somente seria possível produzir álcool se o preço do petróleo caísse
de US$60.00. Somente no século XXI o álcool retornou a ser mais bem explorado. O
segundo choque, de setembro de 1979, estrangulou a balança comercial, que tinha
de gastar próximo de 50% com a importação de petróleo, além de ter colocado o
País em recessão, dado que os Estados Unidos puxaram os petrodólares para o seu
território, ao elevar as taxas de juros acima de 20%, inviabilizando o
pagamento da dívida externa que era de juros flutuantes. Portanto, desde o
choque de 1973 a Petrobras tem buscado a autossuficiência, sem ainda ter
conseguido. O pior, com o escândalo da operação Lava-Jato, a empresa está
desativando investimentos em duas refinarias e retardando a produção da camada
do pré-sal. O sucesso com os carros flex, lançados há mais de dez anos, que
hoje correspondem a mais de 90% da frota nacional, aliado à busca por soluções
mais sustentáveis, faz-se mister apostar no álcool. A agroindústria da espécie
investe em biotecnologia, para melhorar a produtividade e a eficiência, sem ter
que aumentar a área de cultivo. Até o início de março, toda a gasolina
comercializada tinha 25% de etanol anidro. Mas, foi autorizada uma mistura
maior, para 27%, medida que contribui para menor poluição. Resta à
agroindústria em referência, promover o citado progresso tecnológico e a
relação álcool/gasolina cair para abaixo de 0,7 (ou 70%), viabilizando a
mistura.
Ainda, em 2014, 39% da energia
brasileira consumida era do petróleo; 16% da cana de açúcar; 13% do gás
natural; 12% hidráulica; 8% lenha e carvão vegetal; 6% carvão mineral; 5%
lixívia e outros renováveis; 1% urânio. Sem dúvida, o Brasil tem que apostar na
energia do futuro, que também deveria envolver energia solar e eólica.
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