02/03/2015 - RENDA MÉDIA DOMICILIAR DO BRASILEIRO
O Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no dia 26 passado, estimativas que
realiza há décadas, sobre a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),
relativa há um ano. Porém, este ano é composto das formas de pesquisas contínuas
(PNAD Contínua), para obter maior precisão do que a PNAD anual. É óbvio que, os
dados da última PNAD Contínua são melhores do que os da PNAD anual, porque
estão mais próximos para projeções. As informações divulgadas pelo IBGE sobre a
PNAD Contínua do último trimestre são encaminhadas ao Tribunal de Contas da
União (TCU) e as estimativas de rendimento domiciliar per capita servirão de
base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), conforme
definido pela Lei Complementar 143, de julho de 2013. A PNAD Contínua é uma pesquisa domiciliar
que, a cada trimestre, busca informações econômicas em mais de 200 mil
domicílios, distribuídos em cerca de 3,5 mil cidades. Os rendimentos
domiciliares são o resultado da soma dos rendimentos do trabalho e de outras
fontes, recebidos no mês de referência da entrevista, considerando todos os
moradores do domicílio. O rendimento domiciliar per capita é calculado com base
no total dos rendimentos domiciliares de moradores, para cada unidade da
federação brasileira, considerando sempre os valores expandidos pelo peso atual
da pesquisa.
No ano passado, o rendimento
nominal domiciliar médio de cada brasileiro foi de R$1.052,00 por mês. A
estatística é a média das 27 unidades federativas. A maior renda mensal
individual encontrada está no Distrito Federal, R$2.055,00. A menor encontrada
foi em Alagoas, R$604,00. Os maiores rendimentos nominais domiciliares estão
todos localizados nas regiões Centro Oeste, Sul e Sudeste. Em São Paulo, onde
se encontra o maior parque industrial do País, o valor é de R$1.432,00. Atrás
do Distrito Federal e de São Paulo, estão três Estados do Sul: Rio Grande do
Sul, R$1.318,00; Santa Catarina, R$1.245,00; Paraná, R$1.210,00. Em seguida,
está o Rio de Janeiro, R$1.193,00. Todos os Estados do Norte e do Nordeste tem
rendimento familiar per capita abaixo de R$1 mil. O irônico nos dados acima é
de que o Distrito Federal tem aproximadamente o dobro da renda média do
brasileiro, onde residem os cidadãos que vivem da arrecadação de impostos, da
sociedade, distribuídos pelo governo.
Para fins comparativos com a
renda per capita (PIB dividido pela população) de aproximadamente US$11 mil,
conforme dados do PIB de 2013, já que não se conhece o de 2014, também
divulgado trimestralmente pelo IBGE, a um câmbio de R$2,90, atual, a renda por
habitante seria R$2.658,33 (11.000x2,90:12). Logo, se as duas são uma média
aritmética, por que a renda per capita é 2,53 maior do que a renda média da
PNAD Contínua? Há uma falsa explicação. A PNAD Continua contempla 3.500
municípios e a renda per capita 5.565 municípios. Porém, os 2.065 municípios
que não são cobertos pela PNAD Contínua provavelmente seriam os mais
longínquos. Portanto, os mais pobres. Aí não está a explicação. Na verdade, o
PIB per capita contempla a renda do capital e a renda do trabalho. A PNAD
Contínua somente pesquisa a renda do trabalho.
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