29/03/2015 - CORRUPÇÃO BAIXA, MAIOR DESENVOLVIMENTO




A corrupção não tem jeito. É um modelo de negócios que sempre existiu. De tão camuflada, pode não ser percebida. Mas, o certo é que os países com os baixos níveis de corrupção tem maior nível de desenvolvimento. A Organização não Governamental (ONG) Transparência Internacional acompanha mais de 180 países. Classifica o Brasil em 69º lugar. Nada lisonjeiro para um país que tem o sétimo PIB mundial. Em termos não compatíveis com quinta população e quinto território do globo. A propósito, o IBGE divulgou dia 27 passado, que o PIB brasileiro se elevou em 0,1% em 2014. Considerando a cesta de dados do IBGE de poucas semanas atrás, o primeiro mandato de Dilma começou com 2,7%, desceu para 1%, subiu para 2,5% e fechou em 0,1%. A média alcançada foi de 1,58%. Todavia, segundo nova metodologia adotada pelo IBGE, acrescentando certos investimentos que eram até então considerados como despesas, para o período de 2001 a 2011, as variações são muito pequenas para os anos de 2001 a 2010. Porém, para 2011, houve um acréscimo de 1,2%. Isto é, o PIB de 2011 agora é oficialmente 3,9%. Neste novo cálculo, a média do primeiro mandato de Dilma foi de 1,88%. Ainda que haja dúvida sobre o recálculo do IBGE, o desempenho de Dilma é muito fraco, depois da estabilidade de 1994, em relação aos oito anos de FHC, média de 2,3% ao ano, bem como aos oito anos de Lula, média de 4% anuais. O que causa contragosto é justamente que o seu segundo mandato começou muito mal. O próprio governo espera recessão de 0,5%. E quando o governo assim espera, geralmente acontece muito mais. Pior, ainda, é que a maioria dos analistas financeiros acredita é que irá demorar a saída do fundo do poço, imaginando-se que estes próximos quatro anos terá resultado médio menor do que os quatro anteriores.

A ONG referida estima que se a corrupção fosse reduzida no País aos níveis de países outrora muito corruptos, como foi Hong Kong, caso de sucesso que hoje ocupa o 17º lugar mundial, presume-se que o PIB nacional poderia crescer pelo menos 3%, logo, de cara. Sem dúvida, a corrupção é ineficiente. Portanto, de baixa produção e produtividade. Não passa um só dia em que não se depara com desvios de recursos no poder público, de variadas matizes. A corrupção elege os espertos, os quais muitas vezes sequer produzem, a exemplo de obras públicas que se arrastam por muitos anos e não são concluídas, gerando sérios desperdícios, indo até o seu abandono. No período de grande crescimento dos anos de 1970 ficaram até hoje as perdas de muitos bilhões de dólares com as aventuras da Transamazônica e da Ferrovia do Aço, nunca concluídas. No período atual, em cerca de 2.000 obras do PAC ocorrem prejuízos em inúmeras obras de infraestrutura, sendo a eterna vontade de transposição de águas do Rio São Francisco a maior quimera constatada. 

Acredita-se que o momento atual poderá florescer novas leis de combate à corrupção, não somente de vários projetos aprovados, dentro do Executivo, aguardando regulamentação, tal como é a Lei Anticorrupção, sancionada em 2013, como outros anteprojetos no Legislativo. Acresça-se a isso, propostas de campanhas na mídia para que pequenos desvios de dinheiro sejam combatidos, de que a fiscalização seja efetuada por notórios cumpridores de seus deveres e que se eleve em muito a pena de prisão para os corruptos. De que, somente o caso isolado de Marcos Valério, de 40 anos de prisão, agregue-se a muitos outros. Enfim, que seja a corrupção desestimulada e a sociedade, com suas novas leis, seja implacável com a sua apuração, mudando hábitos do chamado “jeitinho” brasileiro.

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