12/03/2015 - MÁSCARA CAIU DA FACE




O desmonte do esquema de propinas na Petrobras está tendo repercussão muito grande na economia brasileira. Vinha da estatal cerca de 30% do investimento governamental. Não virá mais. Pelo menos, por longo tempo. O abalo sísmico na estatal está também contribuindo para que este ano haja uma das piores recessões da história. Há quem fale, como o professor Jorge Arbage da UnB, em – 2% e recessão prolongada até 2018. Dessa forma, o depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras, de 1997 a 2011, hoje aposentado, que era do segundo escalão, sabatinado por seis horas na CPI da Petrobras, sendo o primeiro depoimento dela, deixou cair à máscara da face do atual esquema da base aliada do PT e de seus próprios dirigentes.  Pressionado pela situação política, que queria por queria envolver o governo Fernando Henrique Cardoso no escândalo da operação Lava-Jato, eles obtiveram do depoente a confirmação de que ele começou a receber propina em 1997, por conta própria, somente ingressando no esquema de propinoduto pelo governo de Lula, em diante, através de muito mais pessoas envolvidas da empresa, além de três diretores da sua área, de várias empreiteiras, de doleiros e dos partidos políticos (PT, PMDB, PP), em esquemas que envolvem bilhões de reais de desvios. Somente para o Partido dos Trabalhadores, ele disse que entregou ao secretário João Vaccari Neto, entre US$150 milhões a US$200 milhões, conforme planilhas que apresentou na Justiça Federal do Paraná. Por fim, a bomba, ele declarou que entregou US$300 mil ao referido secretário para a campanha da presidente Dilma, em 2010. Nas palavras do delator: “Como faz parte do meu termo de colaboração, iniciei a receber em 1997, 1998. Foi uma iniciativa pessoal minha junto com representante da empresa... Na forma mais ampla, em contato com outras pessoas, de forma mais institucionalizada, isso foi a partir de 2003, 2004”. Os três diretores a que se refere são da sua área: Renato Duque, Jorge Zelada e Roberto Gonçalves. Ainda não vieram à tona na CPI os escândalos da área de Abastecimento, do esquema de Paulo Roberto Costa com o doleiro Alberto Youssef, primeiro esquema investigado e de maior montante de propinas, além da área internacional, do diretor Nestor Cerveró, então preso, cujos escândalos da compra com prejuízos da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, ainda virão em depoimentos na CPI.

Pedro Barusco afirmou que: “Desde 1997 separei em depósitos que seria a propina em si... são US$70 milhões e US$27 milhões são rendimentos”, dizendo que vai repatriar tais recursos e devolvê-los. Isto já era sabido. Mas, não pela boca do próprio. Principalmente, em termos da economia nacional, a problemática deixará muitos feridos e desmoronamentos de vários esquemas de ladroagem. O pior é de que haverá impulso negativo, para o País continuar na recessão, haja vista de que, segundo o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, até o julgamento da ação penal deverá demorar muito.

Da reeleição de outubro para cá, cerca de cinco meses, muitas notícias ruins aconteceram, conforme mostradas aqui, registradas nas contas nacionais. Em 2015, a cada dia as notícias pioram, tendo a presidente ido à cadeia de rádio/TV no dia 9 deste, feito declarações de que a culpa era da crise internacional, justamente quando a economia mundial já se recupera muito bem. Em discurso vazio, pediu mais sacrifícios. Naquele domingo mesmo, à noite, veio um protesto, contra o pronunciamento, chamado de panelaço em 14 capitais. Dois dias depois, foi vaiada em feira anual de materiais de construção, em São Paulo. Por seu turno, o MST, em milhares, dirige-se para as capitais para fazer manifestações, mas já vem fazendo invasões e destruição de plantações de transgênicos, pelo interior do País desde o início do mês e pretende continuar pelos próximos dias. Para o dia 13, as centrais sindicais têm marcado protestos em ruas. O governo pediu as centrais sindicais, para que não haja as tais manifestações. Para o próximo dia 15, mais de 1,5 milhão de internautas já confirmaram protestos nas ruas de 24 cidades. A presidente Dilma, sobre o pleito de impeachment dos internautas, vem afirmando que o “terceiro turno” da eleição é “ruptura da democracia”. O País está no olho do furacão de uma luta social, política e econômica. Espera-se que as demonstrações sejam pacíficas e que as instituições sejam aperfeiçoadas e que o governo faça logo as reformas econômicas há muito preteridas.

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