15/03/2015 - BRADESCO PIORA PREVISÕES




O BRADESCO é quem tem maior número de agências no País, sendo o terceiro banco em valor de ativos, atrás do Banco do Brasil e do Banco Itaú/Unibanco, realiza, mensalmente, através de equipe de economia cenários sobre o País. Sua perspectiva é tida como conservadora. Assusta, portanto, que a sua estimativa de recessão de 2015, passe de – 0,5% para – 1,5%, de fevereiro para março, quando ela não visualiza nada que a faça melhorar, e sim, piorar, admitem, em previsões adiante. Estão aí as dificuldades da presidente Dilma de entender-se com o Congresso. Exemplo, no dia 11 passado, quando o veto do presidente à prorrogação até 2042 dos subsídios para a energia elétrica para indústrias do Nordeste, por dois votos não fora derrubado, em perda de receita de R$5 bilhões, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no caso do veto, afirmou que pediria demissão. Assim, estão tão tensas as relações entre Executivo e Legislativo, para o ajuste fiscal. As próprias manifestações do dia 13, passado, a favor da governabilidade da presidente, de defesa da Petrobras, atacavam a política econômica. Referidas manifestações em 23 capitais, congregaram cerca de 30 mil pessoas, segundo as polícias militares. Em número semelhante aqueles do MST, em marcha para entregar manifestos em prol da reforma agrária, criticando a demora de mais de três anos, para cada assentamento do governo Dilma. No referido dia 13, as manifestações foram financiadas pela CUT, mediante pagamento de R$30,00 para o componente pelo menos alimentar-se e pegar transporte, quando a CUT não fornecia. As do MST, que vem a pé pelas estradas, chegam as capitais amanhã, para entregar suas reivindicações às autoridades constituídas. Voltando ao Bradesco, ele subiu a sua estimativa de inflação, de 7,5% para 8%, neste ano, além de prever uma SELIC a 13,5% no final de 2015. Somente com respeito ao dólar, ele acredita encerrar o exercício em R$3,10, quando já está acima de R$3,20. Esta projeção é um ponto fora da curva.

Hoje haverá manifestações contra a presidente, que será objeto de comentário amanhã. No entanto, duas pesquisas divulgadas ontem, pelo Instituto Ipsos, revelaram que: a primeira pesquisa, que, em ordem de primeiro ao nono motivos importantes, estão: corrupção, saúde pública, segurança, aumento das passagens, inflação, educação, aumento do desemprego, crise da água, descrença na política em geral. O motivo para impedimento da presidente só vem em 14º lugar entre 18 quesitos. A este último ponto já existem dois pedidos de impedimento abertos no Congresso, tendo sido rejeitados 17 outros pedidos. O ex-presidente Lula teve 34 pedidos, todos rejeitados, em 8 anos. O ex-presidente FHC teve 17 pedidos todos rejeitados também em 8 anos. A segunda pesquisa, acerca da popularidade da presidente, chamada Pulso Brasil, feita com 1.200 pessoas em cinco regiões do País, revelou que somente 19% dos entrevistados consideram bom ou ótimo a sua gestão; 16% com regular positivo; 15% como regular negativo; ruim, 17%; péssimo, 33%. Na região Nordeste, onde a presidente tem os melhores índices, a avaliação negativa também ultrapassa a positiva. Sem dúvida, essa débâcle da popularidade em tão pouco tempo da reeleição, cinco meses, tem tudo a ver com a deterioração da economia. Por muita semelhança, em agosto de 1999, oito meses depois da reeleição de FHC, houve o movimento “Fora FH”, descontentamento quanto à quase imobilidade da política econômica em declínio. Segundo estimativas das polícias 75 mil pessoas estiveram nas ruas de Brasília.

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