26-03-2015 - CICLOS ECONÔMICOS ALTERNATIVOS




O primeiro plano econômico brasileiro se iniciou em 1949, o Plano SALTE relativamente bem sucedido. O segundo plano econômico foi o de METAS, em 1956, do governo JK, o mais completo documento já feito.  A década de 1950 foi de grande crescimento econômico, em média, acima de 6% ao ano. O terceiro plano econômico nasceu no momento de turbulência, o TRIENAL, em 1963, fracassou com o governo de Jango. A ditadura militar, a partir de 1964, lançou o quarto plano econômico, o PAEG, em 1965, que fez o realinhamento brasileiro com a economia capitalista, mediante fortes reformas econômicas. O quinto plano econômico, de 1967, o PED, preparou o Brasil para o crescimento acelerado. No entanto, a década dos anos de 1960 teve, em média, taxa baixa de elevação do PIB. O sexto plano econômico, o I PND, de 1970, levou o Brasil ao chamado “milagre brasileiro”. O PIB cresceu acima de 10% ao ano. Em 1973, foi a maior taxa da história, incremento do PIB de 14,3%. Assim, a década de 1970 experimentou taxas em torno de 10%, o período de mais longo crescimento brasileiro. Entretanto, a matriz energética brasileira estava montada no petróleo. Este começou no final de 1973 a ter seus preços muito elevados. Mesmo assim, o País realizou o sétimo plano econômico, o II PND, em 1974, passando a Petrobras a explorar petróleo na plataforma marítima. Nos anos subsequentes o País cresceria acima de 6% anuais. O Brasil ainda fez o oitavo plano econômico, o III PND, sem continuidade aos sete outros, visto que, no final de 1979, os preços do petróleo provocaram o segundo grande choque, os quais levaram o Brasil para forte recessão nos anos iniciais de 1980. A década de 1980 foi considerada de baixíssimo crescimento, chamada de a “década perdida”. Nas idas e vindas de décadas de crescimento versus recessão, quando acontecia esta, estava associada às altas taxas inflacionárias e vice-versa. Depois de 1980, a inflação ultrapassou os 100%, obrigando o governo a abandonar os verdadeiros planos econômicos, para fazer programas de estabilização, mesmo sendo chamados de planos, mas somente foram programas, a saber: Plano Cruzado, Plano Cruzado II, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Collor, Plano Collor II e Plano Real. Somente este último obteve sucesso, quando foram consolidados os principais fundamentos da economia brasileira. Na verdade, os anos de 1990 foram aqueles da estabilização, enfrentamentos de grandes crises internacionais e de pequeno crescimento econômico anual. Na primeira década do século XXI, estabilizada a economia nacional e por forte impulso da economia internacional, a economia brasileira obteve bom crescimento, situando-se por volta de 4% anuais. Entretanto, na segunda década do século XXI, agora já na metade, o crescimento brasileiro voltou a ser medíocre. Em suma, já no meio da sétima última década citada, verificou-se que a cada dez anos de crescimento foram alternados dez anos de enormes dificuldades econômicas. Isto é, o Brasil cresce, alterna-se com grande recessão e não consegue um crescimento sustentável. A esse respeito, aqueles países que saíram do subdesenvolvimento para o grau de desenvolvimento, colocaram as suas contas nacionais na normalidade, educaram seu povo, trabalharam muito e elevaram sua produtividade, a exemplo do Japão e da Coréia do Sul.

Ontem o artigo desta coluna apresentou uma síntese das grandes dificuldades brasileiras, que têm que ser vencidas, vistas no próprio orçamento público deste exercício. Tanto a oposição como a situação apontam para o forte ajuste fiscal, reduzindo despesas e aumentando receitas. Também, ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros, à semelhança do presidente da Câmara, na semana passada, defenderam a redução à metade do número dos ministérios executivos, afirmando que o Congresso está pronto para votar o ajuste fiscal.

A agência de risco Standard & Poor’s, afirmou ainda ontem, através da sua diretora Lisa Schineller, que o pacote fiscal vai gerar melhoras, mas que prevê contração neste ano e manutenção de um nível baixo de crescimento pelos próximos “vários anos”. Infelizmente, os “sinais” estão indicando que esta poderá ser mais uma “década perdida” e a esperança é de que o Brasil volte a crescer na próxima. A não ser que haja reversão de expectativas no final da década, mas o crescimento, contudo, será ainda baixo em seu final.

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