10/02/2015 - BOLETIM FOCUS, CRESCIMENTO NULO.




A chamada lei principal de Murphy: “se você pensa que não vai piorar, vai mesmo” ou “se você pensa que não pode ficar pior, engana-se, pior ficará”. Ou, perante outras palavras, é atribuído a um engenheiro da NASA, chamado por Murphy, a máxima invertida de que o que é pior, pior ficará. Assim, há mais de um ano, a pesquisa semanal do Banco Central, que ausculta 100 especialistas, cujo relatório se denomina de boletim Focus, começou em 2014 a divulgar a estimativa de uma taxa de incremento por volta de 3%, caindo consecutivamente por mais de 20 vezes, agora estimada em crescimento nulo do PIB. Nesse mesmo sentido, ontem, divulgou a Fundação Getúlio Vargas, através do monitor do PIB, que procura antecipar o indicador mais importante da economia, usando a mesma metodologia do IBGE, que a economia brasileira encolheu 0,1% em 2014. Já, na semana passada, a consultoria GO, do economista Gesner Oliveira, calculou – 0,5% de queda do PIB no ano passado. Este número de recuo foi também estimado por vários dos consultados pelo boletim Focus. A MB Associados, comandada pelo professor José Roberto Mendonça de Barros, assim como o Banco Modal estão com a previsão de um PIB negativo de 1%.

Durante o primeiro mandato da presidente Dilma, inúmeros equívocos foram cometidos. O maior deles aconteceu com os subsídios para automóveis, linha branca e materiais de construção, visando ampliar o consumo, praticamente esgotado depois de 2010, pelo elevado grau de endividamento dos cidadãos, repetindo o que havia em 2009, mas que não teve espaço para crescer com os consumidores de 2011 a 2014. Além do mais, o aumento anual da carga tributária, hoje por volta de 36% do PIB, retirou muitos recursos que seriam para o binômio poupança-investimento. Os empresários se retraíram e o PIB foi ladeira abaixo. O segundo grande equívoco foi baixar 5%, abruptamente, na taxa básica de juros, em reuniões sucessivas do Banco Central, que chegou a 7,25% anuais. Tendo que voltar atrás, estando a SELIC hoje em 12,25%. O mesmo número de quando foi feita a trapalhada. O terceiro grande equívoco se deu na redução da taxa de correção da caderneta de poupança, o que reduziu também a poupança popular. O quarto grande equívoco foi de crescer gastos correntes bem mais do que o crescimento do PIB, reduzindo investimentos públicos, obtendo em 2014, déficit primário depois de 12 anos no poder, quando antes eram superávits anuais. O quinto grande equívoco foi o de ignorar a crise energética. O sexto grande equívoco foi de reprimir tarifas públicas, notadamente de combustíveis. O sétimo grande equívoco foi à centralização das decisões nas mãos da presidente, que era verdadeiramente a chefe da equipe econômica, levando a uma máquina lenta, pesada e ineficiente na gestão pública.

Os resultados estão mais fortes agora, mediante a visão de preanunciada recessão e inflação alta, acima de 7% anuais. A insatisfação está nas ruas e prometem manifestações.

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