06/02/2015 - ECONOMIA E POLÍTICA NO SEGUNDO MANDATO




No primeiro mandato da presidente Dilma economia e política caminharam em sentidos opostos. Pode-se considerar que houve êxito na política porque reforçou os programas sociais e as alianças que a reelegeram. Quando existiram as manifestações populares, principalmente de rua, em junho de 2013, respondeu com  necessidade de realizar cinco pactos, a começar pela reforma política e a transferindo responsabilidades ao Congresso Nacional, que ficou com a culpa de não ser versátil o suficiente para os avanços sociais requeridos nas manifestações citadas. Ademais, levou CPIs, como a da Petrobras, a acabarem em “pizzas”. Fracasso na economia, porque ela se arvorou a ser o Ministro da Fazenda, assim como desautorizou qualquer ministro de realizações que não fossem da sua lavra. Isto é, concentrou as decisões e imobilizou 39 ministérios.  Assim, foi um dos piores desempenhos econômicos da história republicana, tendo o PIB crescido por volta de 1,63% em média anual. Falta ainda a divulgação do IBGE, para os próximos dias, do PIB de 2014, mas que as estimativas oficiais acreditam perto de zero, algo como 0,3% é a ultima estimativa da pesquisa semanal Focus do Banco Central, sendo conhecidos de 2011, 2,7%; 2012, 1%; 2013, 2,5%.

No segundo mandato, em pouco tempo, mudou radicalmente na condução da economia, deixando de ser tão intervencionista como foi de 2011 a 2014, para que a equipe econômica realize o ajuste econômico, no que tem obtido relativo crédito dos capitalistas. Mas, estes ainda não voltaram a investir mais do que o vem fazendo. A economia está estagnada, visto que não se tem acenado com as imprescindíveis reformas econômicas, a começar pela tributária. É preciso fazer mais na economia, até porque se está sendo acreditado crescimento zero em 2015, por causa do aperto financeiro, crescimento maior do que 1% em 2016, maior do que 2% em 2017 e em 2018. O resultado esperado até agora, é um desempenho também pífio do segundo mandato. Porém, mediante perspectiva de caminho inverso do primeiro período, quando a economia vinha de um belo crescimento em 2010, de 7,5% e foi caindo ano a ano até zero. Agora sairá de zero para crescer modestamente a partir do próximo ano, a não ser que realize as reformas e consiga atrair os empresários, conforme foi feito na era Lula. Na condução política, parece que não tem a mais a força do primeiro mandato, visto que o recém-eleito presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, embora aliado, pretende realizar mudanças, visto que ele tem “ascendência irreversível” na Câmara. A primeira medida foi à criação de comissão especial para analisar o projeto da reforma política, que estava sendo obstruído na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pelo PT e ele aprovou a admissibilidade de Proposta de Emenda Constitucional. A segunda é a instalação da CPI da Petrobras para ir fundo nos problemas da operação Lava Jato e não aquela CPI chapa branca do ano passado. A propósito, ontem foram expedidos mais 62 mandados de busca e apreensão, sendo chamado o secretário geral do PT para depor, João Vaccari Neto, ao qual o gerente de Abastecimento da Petrobras, Pedro Barusco declarou que ele recebeu até US$200 milhões de propinas, de 2003 a 2013, decorrentes de 90 contratos. Declarou Eduardo Cunha: “A Petrobras hoje é um assunto que tem que ser passado a limpo e vai ser passado a limpo”. Pelo exposto, a operação Lava-Jato vai às entranhas do PT. Nessa direção, o legislativo pretende exigir do Executivo a regulamentação da Lei Anticorrupção, que está engavetada há um ano. Enfim, a esperança é de que a economia e a política do segundo mandato em referência caminhem na mesma direção da recuperação do País.

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