28/08/2014 - DESPERDÍCIOS DE ÁGUA




É notório o conhecido chamado custo Brasil. Muito mais apropriado para a deficiência na infraestrutura, na tecnologia e na produtividade brasileira. Porém, também pelo custo Brasil existem várias áreas de desperdícios por aqui. Quatro exemplos saltam aos olhos. Perde-se cerca de 90% do lixo que poderia ser reciclado. Calcula-se que na construção civil a perda de materiais está por volta de 30%. Por coincidência, as perdas de cargas nos transportes rodoviários são também de em torno de 30%. Mas, a perda de água consegue ser também pior, sendo aproximadamente de 40% da colocada em disponibilidade.

Pesquisa do Instituto Trata Brasil, divulgada ontem, mediante dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2012. Primeiro, observou-se que a cada 10 litros de água tratada nas 100 maiores cidades brasileiras, 4 litros se perdem em vazamentos, ligações clandestinas e outras irregularidades. Segundo, considerou-se também a perda média no faturamento de 15%, isto é, a diferença entre a água produzida e a efetivamente cobrada dos clientes. Dos 100 municípios listados, quatro têm níveis de perda menor ou igual à média. Em 11 deles, referidas perdas superam 60% da água produzida. Terceiro, o estudo não conseguiu mensurar a perda por desperdícios de torneira pingando dentro dos imóveis e vazamentos neles já que foi água faturada. Embora haja registros nos municípios, entre 2011 e 2012, mais da metade (51) das cidades pesquisadas praticamente nada reduziu e até piorou os gastos com água. O levantamento revelou somente 0,05% de melhora nas perdas. Apenas 10% dos municípios examinados apresentaram melhorias de mais de 10% na redução das perdas de água. As soluções variam de acordo com o tamanho e as características de cada município. Em cidades com desperdícios muito elevados a instalação de equipamentos, tais como controladores de vazão e pressão têm reflexos rápidos nas perdas por vazamentos de redes. Nos 100 maiores municípios brasileiros 92,2% da população tem acesso à água tratada.

A questão do saneamento é ainda mais grave do que a da água. A mesma pesquisa revelou que a média é de 41,32% das maiores cidades brasileiras que tem tratamento de esgotos. Entre as 10 cidades com piores indicadores da espécie, três são capitais: Belém, Cuiabá e Porto Velho. As duas últimas têm tratamento de esgoto nulo.

Responsáveis pela pesquisa citada disseram que a situação somente será revertida com políticas de saneamento e pressão popular.

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