18/08/2014 - LUZES NOVAS NO TÚNEL
Semana que passou de comoção
nacional, pela morte em acidente aéreo do candidato à presidência da República
Eduardo Campos, abriu-se novas luzes no final do turno, na medida em que a
campanha até então, fria e sem novas propostas, possam ser alteradas, para que
os candidatos à presidência da República apresentem realmente seus planos
econômicos para o País. A pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, ontem, levou
em consideração que a substituta de Eduardo Campos seria Marina Silva. A
síntese do resultado é de que a presidente Dilma obtenha 36% dos declaradores
de votos, o candidato Aécio Neves obtenha os seus 20% e a Marina Silva apareceu
com 21% das intenções de votos. Dilma e Aécio não se mexeram nas suas
pontuações da última pesquisa. Portanto, haveria segundo turno. Na simulação de
um segundo turno entre as duas candidatas a Marina Silva ganharia da presidente
Dilma. Ainda que esta não seja vitoriosa, a possibilidade de alternância de
poder sinaliza pelo aperfeiçoamento das instituições sociais e é salutar no
processo democrático, fazendo com que os candidatos assumam compromissos mais
claramente.
Dessa forma, situações de
indiferença ou de omissão poderão ser alteradas, para a sua correção ou
melhoria, tal como a divulgada hoje acerca da assustadora marca de número de
mortos no trânsito brasileiro. O pesquisador Alberto Luiz Coimbra da
COPPE/UFRJ, citado hoje pela Folhapress, revelou que ocorreram mais de 536 mil
mortos no trânsito brasileiro, de 2003 a 2012, conforme dados da Seguradora
Líder DPVAT. Dados também chegados ao Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN)
são de que uma média aproximada dos últimos três anos é de 60 mil mortos por
ano. Conforme o levantamento do citado pesquisador, em 2007 se atingiu o pico
de 67 mil mortos, findando 2012 com cerca de 61 mil. Para ele: “É um número
assustador de mortes (em dez anos), mas ninguém dá bola para isso. As pessoas
acham que faz parte da vida, mas é uma cidade grande porte que faleceu nos
últimos dez anos”. Citado estudioso, professor de engenharia de transporte,
coletou dados também do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(DNIT), para mostrar que foram registrados 13 milhões de acidente, sendo 8,1
milhões sem vítimas, no referido período. O professor estimou que cada morte no
trânsito em área urbana custa R$232,9 mil, menos do que a metade dos custos das
que ocorrem em rodovias, que somam R$576,2 mil. A média de cada morte no
trânsito para ele estaria mais próxima de R$500 mil. Considerando dados
coletados pela Organização Mundial da Saúde, no País há 20 mortes no trânsito
para cada 100 mil habitantes. Nos Estados seriam 12,3; na Finlândia, 6,5; na
China, 5,1; no Reino Unido, 2,86. Porém, para o pesquisador os dados estão
subestimados. A correção mediante uso dos dados do DPVAT, segundo ele, levaria
a proporção para 31 mortos por 100 mil habitantes em 2012. Para fins
comparativos, a ONU considera o número de assassinatos tolerável de até 10 por
100 mil habitantes. Assim, o número de mortos no trânsito extrapola em mais de
três vezes referida tolerância.
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