21/08/2014 - CLASSE C CORTA NO ORÇAMENTO


Pesquisa do Instituto Datapopular ouviu 2.004 pessoas em julho, para inferir que a classe média brasileira está cortando o consumo básico para manter o orçamento. Por classe média entendem aqueles que consomem entre três a dez salários mínimos, isto é, entre R$2.172,00 a R$7.240,00. Faixa está considerada por 52% da população por órgãos do governo. Assim, 89% dos pesquisados reconheceram que não conseguem mais comprar itens que faziam parte da lista de consumo há um ano. A explicação é dada pela defasagem entre a renda da população e os preços dos produtos, os quais estão crescendo em velocidade maior. Os preços dos alimentos foram os mais reclamados pelos entrevistados, seguidos dos produtos de limpeza, educação, material escolar e roupas. A atitude do cidadão de classe média está principalmente em reduzir o consumo de serviços básicos, tais como água, luz, telefone e gás. Dessa forma se pronunciaram 81% dos consultados. Além disso, 75% estão comparando mais os preços dos bens ou serviços. Já 51% trocam por marcas mais baratas. Quanto àqueles que diminuem as quantidades de produtos estão 23% e somente 11% param de comprar. Portanto, o que nunca foi novidade, persiste o fato de que os preços de alimentos, serviços e produtos básicos são aqueles que puxam a inflação para cima. De referência à percepção do cenário para o próximo ano, a preocupação é de que a inflação continue no mesmo patamar ou possa ser maior, haja vista que existem preços administrativos represados, tais como os da energia elétrica e dos combustíveis. Sem dúvida, reflexos continuarão fortes em alimentos.

Quanto à inflação, a posição dos três candidatos é ortodoxa no seu combate. Prosseguirá o sistema de metas inflacionárias, através da utilização principalmente da taxa de juros. Portanto, somente há uma saída, para melhoria do bem estar: elevar o patamar de crescimento do PIB. Para tanto, os candidatos se dividem. Dilma promete manter o que existe. Aécio Neves já declarou que reduzirá o número de ministérios e, consequentemente, os gastos públicos, aumentando os investimentos em infraestrutura. Marina Silva ainda não definiu a sua estratégia, se será mais ortodoxa, tal como Aécio, ou, menos ortodoxa, tal como Dilma. Os debates á frente deixarão claros os cenários futuros, dentre os quais, imprescindíveis, para que se melhore o patamar de crescimento. Serão as reformas econômicas estruturantes.

 

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