05/08/2014 - CELEUMA DO CASO SANTANDER
O segmento empresarial brasileiro
tem nos bancos um dos mais poderosos influenciadores eleitorais. Os maiores são
Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander. Justamente
este poderoso quinto lugar, banco de controle espanhol, que comprou bancos
nacionais em menos de duas décadas, em especial, o Banespa, surpreendeu acerca
de diagnóstico da economia brasileira, enviado aos seus clientes mais ricos. O
texto é o seguinte: “Você e seu dinheiro”. “A economia brasileira continua
apresentando baixo crescimento, inflação alta e déficit em conta corrente. A
quebra de confiança e o pessimismo crescente em relação ao Brasil em derrubar
ainda mais a popularidade da presidente, que vem caindo nas últimas pesquisas,
e que tem contribuído para a subida do Ibovespa. Difícil saber até quando vai
durar esse cenário e qual será o desdobramento final de uma queda ainda maior
de Dilma Rousseff nas pesquisas. Se a presidente se estabilizar ou voltar a
subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se
desvalorizar, juros longos retornariam e o índice Bovespa cairia, revertendo
parte das altas recentes. Esse último cenário estaria mais de acordo com a
deterioração de nossos fundamentos macroeconômicos”.
A presidente Dilma reagiu: “É
inadmissível aceitar qualquer nível de interferência de integrante do sistema
financeiro na atividade eleitoral e política”. Não foi interferência e sim uma
crítica. O ex-presidente Lula: “Essa moça não entende p ... nenhuma de Brasil e
de governo Dilma. Pode mandar embora e dar o bônus dela para mim”. Esse Lula
sempre teve baixo nível, o que não é surpreendente. O PT ainda estimulou a
militância a cancelar suas contas na instituição, suspendendo o contrato da prefeitura
de Osasco com o Santander. Em resposta, o presidente mundial do Santander,
Emílio Bottin: “O presidente Lula é um grande presidente e muito meu amigo. A
pessoa foi demitida porque o banco achou que deveria”. Quer dizer, ele acha que
o presidente ainda é Lula. O candidato Aécio Neves ironizou: “Se forem demitir
todos que fizerem avaliação negativa do governo, vão ter que demitir muita
gente. Ninguém contestou a avaliação”. Melhor faria Aécio se procurasse
ratificar o comunicado.
Desde o início de 2014, o mercado
financeiro emite sinais opostos à reeleição da presidente Dilma. O episódio
acima passaria batido em outras democracias. Porém, o PT não aceita críticas
democráticas, conforme ele sempre apregoou mesmo aquelas reais. Ontem mesmo, o
próprio Banco Central divulgou a sua pesquisa semanal perante 100 instituições
financeiras. O mercado financeiro diminuiu, pela décima vez, a estimativa de
avanço do PIB. Dessa vez, a projeção se retraiu de 0,9% para 0,86% o PIB de
2014.
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