08/08/2014 - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURA EM DIÁLOGOS
Semelhantemente aos diálogos que
existiram na Confederação Nacional da Indústria (CNI), os presidenciáveis se
apresentaram no dia 06 passado na Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Mais uma vez os candidatos se expuseram muito pouco. Os discursos ainda não
foram programáticos. Pelo menos não foram ainda decisivos para a escolha
definitiva do presidente.
Dilma Rousseff afirmou que
buscará segurança jurídica para resolver conflitos na demarcação der terras
indígenas e na regulamentação da Emenda à Constituição do trabalho escravo, que
desapropria áreas e bens onde se verifique o regime análogo ao de escravidão. Disse
então que o trabalho escravo é uma chaga a ser exterminada no Brasil. Os dois
temas estão entre os que mais geram crítica ao governo por parte do
agronegócio. Demonstrou otimismo de cumprir a meta do superávit primário de
R$99 bilhões deste ano, correspondente a 1,9% do PIB, ele, que no primeiro
semestre do ano, alcançou somente R$17 bilhões. Tempo bom da base aliada do
governo era aquele em que o superávit fiscal estimado era de 4%, por volta de
uma década atrás. Ela minimizou os resultados ruins deste exercício e, nada a
mais, sobre as reformas esperadas pelo agronegócio. Antes da reunião, ela vem
reiterando que irá manter o modelo econômico, elevando já em 10% os valores do
Programa Bolsa Família.
Eduardo Campos defendeu nova
governança macroeconômica, investimentos em produtividade e a busca de mais
mercados internacionais para o setor agropecuário. Destacou a necessidade de
agilização do crédito rural no País, ao criticar: “Não adianta ter R$200
bilhões em crédito e fazer conta de palito na hora de avaliar os subsídios e a
subvenção”. Enfim, para ele, fortalecer o ministério da Agricultura é tirá-lo
do balcão dos partidos. Quanto à Marina Silva, que à frente do ministério do
Meio Ambiente, teve enfrentamentos com o agronegócio. Continuou recebendo
desconfianças dos empresários da agropecuária, em razão de suas posições de
controles maiores para a sustentabilidade. O ambiente ficou morno. Antes da
reunião vem reiterando que irá instalar o ensino integral para crianças e
jovens e o passe livre para os estudantes.
Aécio Neves defendeu a
agricultura como um ministério mais forte, dizendo que incorporaria o atual do
ministério da Pesca nele. “No meu governo o ministério da Agricultura não vai
ser subordinado ao ministro da Fazenda. Falta uma política agrícola moderna,
que garanta renda ao produtor e atenda à nova economia de mercado”, disse ele. Propostas
que foram bem recebidas pelos representantes dos produtores rurais. Prometeu
ainda que, por respeito à propriedade, áreas invadidas não vão ser
desapropriadas. Antes da reunião vem confirmando que irá reduzir o número de
ministérios e mais austeridade.
É difícil dizer com quem está a
maioria dos sabatinadores dos presidenciáveis pela CNA. Parece claro que eles
estão divididos entre Aécio Neves e Dilma Rousseff, bem menos com a chapa de
Eduardo Campos, pela presença de Marina Silva.
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