23/08/2014 - AJUSTE RECESSIVO É O FECHO DE DILMA
Uma ala de economistas de crítica
moderada ao modelo econômico atual tem em Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro
das Comunicações do governo FHC e colunista quinzenal da Folha de são Paulo há
mais de três décadas, um diagnóstico de que “independentemente do timing
eleitoral, o chamado ajuste recessivo continua a tomar conta da economia
brasileira neste fim de mandato presidencial”, concluiu em sua coluna do dia de
ontem. O que seria este ajuste recessivo? A explicação está nos ciclos
econômicos. O ajustamento da economia se deu a partir de 1994, através do Plano
Real. Isto é, FHC governou (1995-2002) em fase de recuperação da longa fase de
declínio anterior da economia brasileira, de 1979 a 1993. Lula navegou na onda
de crescimento rápido de médios 4% anuais, em contraste com os 2,3% médios
anuais de FHC. O fato de que a economia brasileira sofreu uma pequena recessão
em 2009, recuperando em 2010, mediante crescimento espetacular de 7,5%, em
razão dos fortes estímulos fiscais daquele ano, que foram minguando, mas parte
deles ainda permanece até o final do ano, demonstrava que o longo ciclo de
crescimento de 16 anos tinha acabado. No entanto, de 2011 em diante, deveria o
governo reconhecer que o crescimento baseado nos estímulos ao consumo e ao
crédito tinham se esgotado nas possibilidades de continuar o crescimento
econômico, cabendo ao governo retrair gastos públicos e ampliar os
investimentos em infraestrutura, tendo ele feito exatamente o contrário. Os
capitalistas em si, retraíram-se porque não existiram os investimentos
multiplicativos governamentais, nem as parcerias público-privadas, nem as
prometidas reformas econômicas, principalmente a tributária. Dessa forma, os
quatro anos atuais da presidente foram de navegar na onda de descida. Em 2011,
o PIB cresceu 2,7%; em 2012, 1,0%; em 2013, 2,5%; em 2014, espera-se 0,5%, na
hipótese da consultoria de Mendonça de Barros citado acima.
Outrossim, pela décima segunda
vez consecutiva, o boletim semanal Focus do Banco Central, recuou para projetar
um crescimento do PIB em 2014 de 0,79%. No andar da carruagem, talvez a
previsão do mercado financeiro, na qual se assenta a consulta a 100
especialistas o Banco Central, seja até menor do que o 0,5% referido acima.
Portanto, a média do governo Dilma seria de 1,68% anuais, desempenho pior do
que FHC, de 2,3% e muito pior do que Lula, de 4% anuais médios. Dessa forma, no
atual debate eleitoral, para sufrágio no próximo 5 de outubro, tomando
emprestado de Mendonça: “A economia chega a uma situação da qual o político com
experiência foge como o diabo foge da cruz”.
Comentários
Postar um comentário