07/08/2014 - CONGRESSO EM FOCO




O site Congresso em Foco acompanha a atuação parlamentar, tendo calculado que somente de salários e benefícios pagos aos congressistas (513 deputados federais e 81 senadores) se ultrapassam R$1 bilhão por ano. Em média, cada deputado federal recebe R$1,8 milhão e cada senador R$2 milhões por mês com tais benesses. Durante o atual recesso parlamentar, que começou em meados de julho e irá até 05 de outubro serão gastos em vencimentos da espécie R$228 milhões. Se houver segundo turno, o gasto será bem maior. Dinheiro perdido, visto que não haverá quorum para votar nada. O absurdo é que os funcionários receberão também seus rendimentos, havendo previsão de milhões de reais para horas-extras. Valor ainda não revelado porque são calculados depois da prestação dos serviços. O orçamento da Câmara de Deputados de 2014 é de R$4,98 bilhões. O do Senado é de R$3,78 bilhões, conforme site Transparência Brasil. Dessa forma, os rendimentos dos congressistas correspondem a 12,91% do orçamento global e do Congresso.

A Organização das Nações Unidas calculou o custo dos congressistas de 110 países do mundo. O Brasil está em segundo lugar, somente atrás do gasto congressual dos Estados Unidos. É bem verdade que ambos os países têm elevado custo logístico, em face dos seus imensos territórios. Porém, o nível de renda per capita no Brasil está em US$11 mil e nos Estados Unidos em US$51 mil. Portanto, em termos relativos, os custos da espécie daqui são bem maios elevados do que os de lá. Além do mais, vai governo e vem governo e o Congresso mantêm os privilégios. Na história costuma ampliá-los. Se houvesse contrapartida. Mas, não, cada vez mais o Congresso tem pouca iniciativa, sendo a grande maioria dos projetos que vota oriundos do Executivo, bem como as inúmeras medidas provisórias daquele que travam a pauta do Congresso quase que cotidianamente.  

Claro que a população está vendo isto. Está vendo como os partidos que hoje compõem a base aliada, tendo o PT como líder, que, na oposição batia forte contra as mordomias, hoje as aceita. Ademais, nos demais órgãos de governo e nas estatais têm partidarizado as direções, na convicção de ficarem “eternamente” no poder. Exemplo recente foi exposto ontem na coluna de Dora Kraemer, no jornal Estado de São Paulo: “Nos tempos de oposição o PT sempre foi um ferrenho adversário do chamado Sistema S, o conjunto de entidades corporativas voltadas para aprendizagem profissional, assistência técnica e similares, como Sesc, Senai, Sesi, Senac e várias outras. Pregava sua extinção. Depois que virou governo, o partido nunca mais deu uma palavra contra. Uma boa parte da explicação pode ser encontrada em reportagem da revista Época desta semana. Mostra como funciona um cabide de funcionários fantasmas no Sesi de São Bernardo do Campo (SP). Nele se encontram pendurados um assessor de Lula na época do Planalto, uma das noras do ex-presidente e a mulher do ex-deputado João Paulo Cunha. Jair Menguelli, ex-deputado federal, ex-presidente da CUT, preside o Sesi. Ganha até R$60 mil mensais, tem dois carros com motorista à disposição, um em São Paulo, outro em São Bernardo. É provável que não seja o único “S” sistema afora a fornecer motivos mais que suficientes para a defesa contundente dos companheiros pela continuidade no poder”.

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