10/08/2014 - FALTA DE COORDENAÇÃO
O setor industrial tem obtido
fraco desempenho em cinco meses de recuo. O mesmo tem dificuldades de reagir,
não obstante estímulos para alguns segmentos produtivos, os quais se revelam
também fracos. Não há coordenação entre as políticas públicas de sustentação
industrial. Em 2013, o gasto público alcançou 7,3% e o investimento do governo
foi de apenas 0,5%. Neste ano, seguem dispêndios maiores do que investimentos.
O agronegócio tem a mais alta
produtividade brasileira. O cerco do Ocidente à Rússia, desde a queda do avião
malaio na fronteira com a Ucrânia, abriu-se uma oportunidade de vendas da
avicultura, de cerca de US$300 milhões. Com as demais carnes os negócios
poderão chegar a US$1 bilhão ainda neste ano.
O leque pode ser ampliado, visto que a Rússia importa US$40 bilhões por
ano de alimentos. Por que não se fazer um marketing também dos produtos
industriais brasileiros? A questão do custo Brasil se sobrepõe. Portanto,
faltam investimentos na infraestrutura, na logística com transportes.
Na economia doméstica, o ciclo de
crescimento econômico baseado no consumo se esgotou desde 2011. Mesmo assim,
continua a política econômica errada, de não focar o investimento público como
o seu maior objetivo, o qual é multiplicativo. Para tanto, são urgentes as
reformas, em particular, a tributária, para acontecer o efeito acelerador da
economia. Porém, em ano de eleição parece que nada mais acontecerá e a economia
crescerá abaixo de 1% em 2014. O tripé de sustentação do modelo econômico não
foi ainda recuperado. O superávit fiscal será por volta de 1,5%, o que fará
rolar uma dívida externa crescendo acima do incremento do PIB. A inflação de
julho de 0,1%, a menor em quatro anos neste tipo de mês, deixando a inflação
anualizada em 6,5%. O câmbio continua apreciado em 33%, dificultando as
exportações. O eterno guru dos governos do regime militar e dos governos do PT,
Antônio Delfim Netto, afirma que a economia brasileira não reage mais as
medidas clássicas e que a equipe econômica deve ter mais humildade. A nave
continuará lentamente.
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