20/08/2014 - PROJEÇÃO DO PIB E A REALIDADE
O responsável pela execução da
política econômica é o ministro da Fazenda, no caso brasileiro. Em outros
países é o ministério da Economia. Durante a maior parte da era Lula, após a
substituição do primeiro ministro da área, Antônio Palocci, por
irregularidades, em 2006, foi Guido Mantega, o qual prosseguiu e prossegue no
governo da presidente Dilma, que tem feito previsões errôneas, especialmente
sobre o crescimento da economia brasileira, muito além da realidade, isto é,
superestimando a projeção do crescimento do PIB. Até que durante o período com
Lula, ele projetava, em geral, acima, mas próximo do que seria obtido. A
economia estava crescendo bem, em média de oito anos, de 4% anuais. Porém,
durante o mandato da atual presidente Dilma, ele tem provocado até reclamações
internacionais, não só pelas disparatadas projeções do PIB e pela introdução de
artifícios para elevar o superávit fiscal, chamados de “contabilidade criativa”
(a ser referida no próximo parágrafo), até mesmo pelos tradicionais periódicos
ingleses Financial Times e The Economist. Dessa forma, as estimativas feitas
para 2011, 2012, 2013, 2014, por Guido Mantega, foram de 5%, 4,5%, 4,5%, 5%,
respectivamente. Contrarrestando com elas, o Banco Central, através do seu
Departamento de Estudos Econômicos, realiza pesquisa semanal perante os
principais analistas do mercado financeiro, chamado de informativo Focus, que,
no início de cada ano, colheu extrapolações do PIB de 5%, em janeiro de 2011;
de 3,3% em janeiro de 2012; de 3% em janeiro de 2013; e, de 4,5% para janeiro
de 2014. Os resultados colhidos foram nos finais de 2011 a 2014, de 2,7%, 0,3%;
2,2%, 0,79%, sendo este atualmente esperado pelo semanal Focus. A atual
projeção de mercado é a 12ª consecutiva de recuo do PIB.
O tripé econômico estabelecido
por FHC, seguido e melhorado por Lula, vem se deteriorando com a política
econômica de Dilma. Primeiro, a meta da inflação tem sido estourada, sendo
somente a última atingida, de 4,5%, em 2010. Segundo, o câmbio flutuante está
apreciado em 33%. Terceiro, o superávit fiscal, prometido de 3% do PIB por FHC,
por Lula de 4%, por Dilma, neste ano de 1,9%, vem sendo maquiado pela chamada
“contabilidade criativa”. Ou seja, para fechar o superávit de 2011 a 2013, a
equipe econômica antecipou receitas, via recebimentos antecipados de dividendos
das empresas estatais. Neste exercício, depois de críticas internacionais,
parece que o governo não fará isto. No entanto, a maquiagem agora é com
benefícios sociais, retendo recursos destinados à Previdência Social, do Seguro
Desemprego e até do Programa Bolsa Família. A prática começou em meados do ano
passado e se acentuou neste ano. Entre janeiro e junho, foram represados ao
menos R$9,8 bilhões dos citados benefícios, valor equivalente a 57% do magro
déficit obtido no semestre, de R$17,2 bilhões, em relação aos esperados R$99
bilhões para o ano de 2014.
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