25/08/2014 - ENERGIA TÉRMICA




Conforme o novo Plano Decenal de Energia para 2014-2023, o governo resolveu quintuplicar a expectativa de expansão de energia proveniente de térmicas. A estimativa para o crescimento da matriz termoelétrica passou de 1,5 mil megawatts, segundo o anterior plano decenal, para 7,5 mil megawatts. A explicação é o atual estágio em que se encontram os níveis dos reservatórios das hidrelétricas, em razão das fortes secas. O País possui uma Empresa de Pesquisa Energética, estatal que se dedica ao planejamento estratégico, a qual reduziu a oferta de hidrelétricas de 69% para 61% na próxima década. O aumento expressivo da energia termelétrica corresponde a uma capacidade maior de energia do que será produzido pelas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, gigantes em construção no rio Madeira, em Rondônia, que prevê geração de 6,5 megawatts. Significa o incremento das termelétricas mais da metade do que produz Itaipu, usina que gera 14 mil megawatts.

A energia térmica é muito mais cara do que a energia hidrelétrica, além de usar combustíveis fósseis, parte dos quais o País ainda importa. Sem dúvida, os custos de produção crescerão muito mais, piorando a competitividade das empresas nacionais e encarecendo o custo de vida dos brasileiros. Ainda que se argumente que as grandes hidrelétricas são de difícil realização, em razão dos problemas ecológicos, de reservas florestais e indígenas, não tem sentido inverter a lógica econômica, em ter-se energia mais cara. No mundo todo se procura baratear custos e aqui se vai na contramão. Ou seja, a energia eólica acontece, mas carece de redes de distribuição. A energia solar, esta nem é cogitada. Em suma, parece que se procura realizar o que é mais fácil. Porém, caro.

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