17/08/2014 - OPERAÇÃO LAVA JATO
A economia brasileira cresce
pouco ou quase nada neste ano, tendo a menor média de um governo desde 1999,
assim como veio crescendo bem abaixo do esperado, desde o desmonte da matriz
energética dos anos de 1970, baseada no petróleo barato e na dívida externa a
juros baixíssimos dos anos de 1970, época em que o Brasil dobrou o PIB em seis
anos, saltando do 15º lugar para o 8º no PIB mundial. Na verdade são
reconhecidos mundialmente os altos custos da sociedade, no que concerne
principalmente à grande corrupção, principal bandeira de lutas dos movimentos
sociais, desde pelo menos junho de 2013, à estafante burocracia e à deficiente
infraestrutura. Infelizmente, permanecem esses cânceres devido à impunidade, a o
padrão lesma da justiça e um código penal desatualizado desde os anos de 1940.
Após eleições indiretas de 1986, sétima Constituição de 1988 e democracia de
1989, além dos desastrados 30 meses do governo de Collor (1990-1992), durante o
ano de 1993 se preparou a transição do que seria a estabilização econômica, em
1994, de acordo com o Plano Real. As instituições têm sido alteradas lentamente
e tem cabido à Polícia Federal investigar os casos de corrupção.
O caso anterior do mensalão, que
envolveu 40 réus, condenados 25, tratou-se da maior condenação da história do
Supremo Tribunal Federal (STF), instância que recorreram os poderosos
políticos. A grande vitória é de que, se houve impunidade, esta foi pequena, em
número, em relação a tantos processos, inclusive, apreciados pelo STF.
Agora, em termos de valor está
assustando a sociedade brasileira, a chamada Operação Lava Jato, envolvendo estimativas
de R$10 bilhões de dinheiro sujo, parte desviada de obras públicas, parte
destinada a enriquecer políticos corruptos e corromper outras pessoas com
pagamentos de subornos. Estão sendo examinadas notas fiscais frias, contratos
de serviços inexistentes, empréstimos, taxas de serviços, empresas de fachadas,
empreiteiras, estatais, sendo a mais revelada a Petrobras, viagens, enfim, documentos
de posse das empresas do banqueiro Alberto Youssef. Políticos denunciados em
esquemas foram até agora o ex-presidente Fernando Collor, atual senador, os
deputados André Vargas (ex-PT), Cândido Vaccarezza (PT), Luiz Argolo (SDD), o
ex-deputado Mário Negromonte (PR). As empreiteiras denunciadas são a OAS,
Mendes Júnior, Camargo Corrêa.
Denúncias mais recorrentes são
processadas pelo Tribunal de Contas da União, investigadas pela Polícia Federal
e enviadas ao Congresso Nacional. Contudo, pelas já citadas impunidades, demoras
e branduras das leis, prosseguem várias aberrações de obras superfaturadas e
extremamente retardadas, muitas aqui citadas. Por exemplo, as obras da ferrovia
Transnordestina se iniciaram em 2006 e deveriam estar concluídas em 2010. Depois,
o término foi adiado para 2012. Novo prazo foi dado para 2016. Dos 1.773
quilômetros de ferrovias, apenas 96 tinham sido concluídos. Outra estimativa
que ultrapassou as raias do absurdo é o custo de R$5,4 bilhões já estar em
R$9,6 bilhões, uma elevação assombrosa de 77%.
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