12/08/2014 - FOGO MUI AMIGO
Depois do fracasso da heterodoxia
dos planos econômicos de 1986 a 1993, o Plano Real inaugurou em 1994, novo uso
da política econômica, baseada na ortodoxia do tripé de controle da inflação,
mediante uso principal da taxa de juros, câmbio flutuante e superávit fiscal. Em
resumo, FHC manteve razoavelmente o modelo citado, Lula manteve bem executado o
referido modelo. Porém, Dilma tem detonado o modelo em questão. Abaixo, um
exemplo de fogo amigo, que ainda vai prolongar-se até as eleições de 5 de
outubro.
Ex-ministro da Integração
Nacional, do segundo governo de Lula, Geddel Vieira Lima, da base aliada do
governo, candidato ao Senado, fez severas críticas ontem à presidente Dilma,
debitando-lhe os maus resultados econômicos ao seu estilo de governar. Afirmou
que o governo dela “não é bom”, que possui um “estilo voluntarista”, de “não
ser capaz de criar consensos e administrar dissensos”, não tendo apreendido com
seu mentor político, o ex-presidente Lula, as boas práticas de gestão. Disse
mais: “Há uma intervenção em absolutamente tudo. Ela (Dilma) não delega funções
aos subordinados. Quer ser a ministra da economia, a ministra da saúde, a
presidente da Caixa Econômica Federal”. O ex-ministro se assume como “um
dissidente”, dentro do PMDB, afirmando que o perfil “centralizador” de Dilma
Rousseff tem comprometido o andamento de obras importantes, como a Transposição
do Rio São Francisco. Atendo-se a este exemplo, referiu-se que o projeto de
transposição, iniciado em 2007, previa levar água a 12 milhões de nordestinos
em 2010. Porém, a conclusão das obras teve prazo dilatado para 2015, havendo
dúvida se será mesmo concluído. O custo inicial da transposição é de R$4,8
bilhões, cujo cálculo atual já está em praticamente o dobro R$8 bilhões. O
ex-ministro da Integração Nacional começou as obras. Declarou: “tenho absoluta
certeza que houve uma quebra no ritmo das obras após a minha saída do
ministério, que atribuo ao modo de gerenciar da presidente. Quando eu ainda
estava lá as obras estavam em dia, com relatório elogiado pelo Tribunal de
Contas da União, tirando a obra do papel”.
O diagnóstico dele mostra
prejuízos visíveis na economia: “O que a gente está vendo são conquistas importantes,
que existiram no passado, irem embora: inflação em processo de alta, o
desemprego voltando a surgir e obras que não saem do papel. É o País entrando
em clima de desesperança, o que é muito ruim”. Talvez o fecho que seria mais
bem dado é que a presidente Dilma prometeu uma economia viçosa, não cumpriu e o
País está paralisado.
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