24/12/2013 - DEPOIS DO GRAU DE INVESTIMENTO
As agências de classificação de
risco passaram a considerar a economia nacional como ESTÁVEL, em 2008, em
reconhecimento de que o Brasil se classificava como grande emergente, porém, ano
no qual se começou a maior crise capitalista desde a Grande Depressão, de 1929.
O longo tempo anterior não lhe dava grande credibilidade, até os créditos dos
dez anos do regime militar (1964-1973), perdidos, porque o Brasil não
reconheceu logo o primeiro choque do petróleo (final de 1973), quando voltou a
ser considerado INSTÁVEL ou NEGATIVO, isto é, a nota de desempenho econômico baixo,
por problemas como o de inflação crônica e de sérias deficiências
institucionais. Na economia brasileira, que vinha sendo bem conduzida, durante
longo período de bonança da economia mundial (2003-2007), após 2008, uma série
de erros se desencadearam, em escala crescente, desde o segundo ano do segundo mandato
de Lula e até agora no terceiro ano do governo de Dilma.
Para enfrentar a crise, ainda com
Lula (2008), a estratégia foi a de intervir na economia para estimular o
crédito e o consumo. Deu certo, sendo o País o último a entrar em recessão
naquela época e o primeiro a sair (2008-2009). Mesmo assim, o ano de 2009 foi
de pequena recessão, de - 0,3%. Em seguida, veio o grande crescimento de 2010,
de 7,5% do PIB, quando a equipe econômica persistiu em maior força, mediante
estímulos citados. Assim, as transferências do Tesouro Nacional para os bancos
públicos passaram de R$43 bilhões em 2008, para R$438 bilhões (mais de dez
vezes) em 2013, sem que o governo federal fizesse maiores concessões da
infraestrutura, para a iniciativa privada, visto que havia quase três décadas
de baixo nível de inversões e a total impossibilidade da União em fazê-los, já
que tinha boa nota de crédito internacional para investimentos, precisando
honrar rigorosamente a dívida pública, mantendo crescente a carga tributária,
uma das mais altas.
Referidas ações esgotaram os
limites de endividamento, de consumo familiar e de uso da capacidade ociosa. Com
isso o investimento bruto recuou e permanece por volta de 18% do PIB, quando
deveria ultrapassar os 20%, para que a economia retornasse a pouco mais de 3%
de incremento do PIB. Para crescer a mais de 5%, o investimento bruto teria de
ser de 25%. O crescimento do PIB de 2007, por exemplo, alcançou 6,1%; em 2013,
espera-se 2,2%. A inflação em 2007 estava no centro da meta, de 4,5%; em 2013
está próxima de 6%. O saldo do balanço de transações correntes em 2007 foi
positivo em 0,1%; em 2013, projeta-se em – 3,8%, mediante fortes pressões na
captação de capitais, retornando a taxa básica de juros para o patamar de 10%,
sendo a taxa real SELIC de 4,1%, voltando a ser a maior do mundo. O déficit
público, em 2007 fora de – 2,8%, atinge agora em 2013 a – 3,5%. A dívida
pública líquida em relação ao PIB era em 2007 de 65%, sendo de 69% em 2013.
Esperam para 2014, em diante, os
100 consultores semanais do Banco Central, que a economia continue no seu voo
baixo, colocando o Brasil na rabada do progresso dos grandes países emergentes,
China, Índia, Rússia, África do Sul, a não ser que se mudem fortemente os rumos
da economia brasileira.
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