08/12/2013 - PROJEÇÕES DA SELIC
A taxa básica de juros da
economia se chama de SELIC. Ela é o maior referencial de juros brasileiros.
Trata-se da atualização monetária mais utilizada. Por exemplo, o poder público
cobra no tempo os seus créditos, mediante uso da SELIC. Além do mais, a SELIC é
considerada o indexador mais fácil da economia, visto que é fixada de 45 em 45
dias pelo Banco Central, estando ligeiramente mais alto do que a inflação.
Mesmo sendo a mais alta taxa de juros real do mundo, ela é de 4,01% ao ano,
atualmente. Isto decorre do fato de que os juros praticados no Brasil são
bastante elevados pelo sistema financeiro, argumentando este que são assim
porque são altos os depósitos compulsórios no Banco Central (BC). Ou seja,
dinheiro que fica congelado sem nenhum rendimento, sobre o argumento de que a
velocidade de circulação da moeda tem de ser controlada pelo BC, senão a taxa
inflacionária se torna explosiva.
Neste ano, o BC começou a elevar
a taxa de juros SELIC em abril, saindo de 7,5% até 10%, em dezembro. Porém, a
ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), deste ano, deu
sinais de que os aumentos da SELIC estão perto do fim. Os analistas da referida
ata interpretam que haverá redução das doses, para 0,25%. Ou seja, que em
janeiro haverá a última elevação em referência. O BC faria uma parada para
avaliar os efeitos da alta de juros em seis reuniões consecutivas. O mercado
financeiro projeta para o final de 2014 a SELIC de 10,5%. O economista
Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC, colunista da Folha de São Paulo,
estima que os juros precisariam ainda ir a 12,5%, para que a inflação
retornasse ao centro da meta. Na verdade, retornar a posição de quando o atual
mandato da presidente Dilma começou a reduzí-los em junho de 2011.
A propósito, desde o Plano Real
(1994), que o governo passou a ter comportamento semelhante ao dos países de
inflação civilizada. Ou seja, o controle inflacionário passaria a ser feito
basicamente através da taxa básica de juros. O que deu certo. Depois, passou a
equipe econômica a fixar o centro da meta de inflação em 4,5%, desde 2005, com
viés para cima ou para baixo de 2%. A inflação esta relativamente sobre
controle. No entanto, está provado que foi um erro reduzir a taxa de juros em
cerca de 5%, em menos de um ano, pela atual equipe econômica, a qual teve de
subi-la, também em menos de um ano cerca de 3%, até agora. Irá provavelmente
para 10,25%, em janeiro. Mas, também provavelmente poderá retornar aos 12,5%
acima referido, em mais largo tempo. Enfim, tudo irá depender da taxa de
inflação não ultrapassar a casa dos 6% anuais.
Prezado, Paulo.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho. Gostaria de tecer alguns comentários. Tem dois cochilos ortográficos no post acima: "sobre argumento" e "sobre controle" em vez de "sob" e "sob". Um país para se desenvolver precisa de dinheiro para investir pesado em infraestrutura, industrialização, urbanismo, ciência, educação, transporte e saúde. O Brasil não tem esse dinheiro. Por que não tem? Porque está preso a esse garrote vil financeiro da dívida pública. É uma enorme maracutáia maquiavélica montada pela dúzia de agiotas do país. O governo para burlar essa armadilha usou o expediente de veder títulos para abastecer o BNDES com algumas centenas de bilhões de reais para poder investir alguma coisa. Os agiotas não gostaram dessa brincadeira e querem que a taxa básica suba mais. Esses reles 5% a mais da taxa básica significam em torno de 200 bilhões de reais transferidos para os agiotas.
Pedindo desculpas pelo tom intempestivo, peço que desenvolva o tema e aproveite para responder alguma dúvidas que tenho:
Por que em crise econômica o governo americano vai para a televisão pedir para o povo consumir e movimentar a economia? Aqui o "aquecimento" da economia é um fantasma. Aumenta-se a taxa de juros para que o povo não consuma. Esses subsídios para a "linha branca" e automóveis contrariou essa lógica, mas parece que o objetivo era encalacrar a população com juros altos e beneficiar os agiotas. Aguardo o retorno.