10/12/2013 - CUSTO DO TEMPO PERDIDO


 

O economista Cláudio Frischtak, que trabalhou no Banco Mundial, sendo atual presidente da consultoria Inter.B, realizou estudo sobre as parcerias público-privada do governo da presidente Dilma, feitas e as que deixaram de ser realizadas, constantes dos planos de infraestrutura do próprio governo, trabalho do autor sintetizado pela revista Exame, datada de 11-12-2013. De 2010 a 2013, o investimento realizado em infraestrutura está em R$385 bilhões, contribuindo para um incremento de 2,25% na taxa de investimento, em 2013, segundo cálculos do autor. Se o investimento estimado com acréscimo das concessões poderia ter sido alcançado R$590 bilhões, nos referidos três anos, conforme previsto no Plano de Logística e no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), seria alcançado 4,25% ao investimento global em 2013, consoante cálculos também do autor. Se hoje, o investimento bruto está em 18% do PIB, ele saltaria para 20,25%, colhendo-se, em consequência, maior taxa de elevação do PIB. Em conclusão, nos últimos três anos, o País poderia ter adicionado R$205 bilhões, em investimentos privados em estradas, aeroportos, ferrovias e portos. Dos referidos planos do governo federal, as concessões de 2011 para 2013 foram de seis aeroportos e três rodovias federais. O que faltou leiloar foram 6.200 quilômetros de sete trechos de rodovias; 159 áreas de portos; 11.000 quilômetros em 14 trechos de ferrovias; investimentos estes de mais aproximadamente R$100 bilhões. A iniciativa privada não teria de levantar recursos próprios para suas inversões. O dinheiro das grandes empresas já está em caixa. Ou seja, 10% do estoque do dinheiro aplicado em títulos públicos e privados poderiam migrar para o financiamento de projetos infraestruturais. Cerca de R$200 bilhões.
O fato é que a maré de capital farto dos últimos anos não foi bem aproveitada, tanto de capital interno como internacional, em razão da resistência do governo do PT em não realizar privatizações em parcerias, mesmo sabendo que não poderia dispor de recursos para reduzir o chamado custo Brasil. Isto é, enfrentar os gargalos da infraestrutura nacional.
No conjunto, os investimentos governamentais continuam muito aquém do projetado para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para o qual a Petrobras deveria contribuir com cerca de 30% do investimento global. Mas, qual? A Petrobras tem sido descapitalizada, produzindo menos, importando mais petróleo, sendo outro drama que o governo federal ainda não resolveu.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE