05/12/2013 - EDUCAÇÃO ENVERGONHADA


 

Ibrahim Sued era colunista social, que fez sucesso dos anos de 1950 aos de 1980. Ele tinha um refrão no encerramento da sua coluna escrita e televisiva: “Educação, vergonha nacional!”. A situação ainda hoje é a mesma. No entanto, três dias atrás, segunda feira, o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, veio a público festejar resultado do exame anual, já tradicional, referindo-se “a um grande avanço”, ao salto que o Brasil deu em matemática, no teste do PISA, programa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), órgão da União Europeia, o qual acompanha 65 países, feito para alunos com 15 anos de idade, dentre os quais o Brasil, que não lhe é signatário. O número de acompanhados tem variado em diferentes pesquisas do PISA, feitas de três em três anos, não permitindo de imediato o cálculo de uma evolução em amostras diferentes. No entanto, em trabalho “cross section” percebe-se que o País ficou em 58º lugar em matemática. Afinal, o que o ministro está comemorando? O Brasil é um dos últimos do ranking de ensino. Há mais duas disciplinas acompanhadas pela OCDE. Em leitura, o Brasil está em 55º. Em ciências, em 59º.
O relatório da OCDE destacou que o Brasil foi o país que mais melhorou em matemática, entre os que participaram da prova, desde 2003. Em média, o País foi de 356 para 392 pontos, ganho de 10%. Faz uma comparação de como se o aluno de 2012 tivesse mais de seis meses de escolarização do que o de 2003. A matrícula de brasileiros de 15 anos passou, em 2003, de 65% para 78%, em 2012. Existiram ganhos também nas outras duas matérias. No entanto, o problema é que no período de 2009-2012, o crescimento nas notas desacelerou. Por exemplo, cita que, se de 2006 para 2009 o avanço foi de 16 pontos, no período seguinte, caiu para 5 pontos. Ademais, se melhorou em matemática, no entanto, repetiu o desempenho medíocre em ciências e baixou de nível em leitura, segundo a OCDE.
Sem dúvida, as deficiências são inúmeras. Porém, ao analisar os investimentos em educação, percebe-se que a média anual por aluno em 2010 foi de R$2.571,00, enquanto a média mundial foi de R$9.014,00 naquele mesmo ano.

Dessa forma, pode-se ver o Brasil atrás do Cazaquistão, México e Uruguai, países que não dispõem de semelhantes potencialidades brasileiras, mas que têm melhor desempenho.

 

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