04/12/2013 - QUADRO ESTAGNADO


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, em conferência em São Paulo, reiterou o que vem fazendo a alguns meses, que o PIB deste ano cresceria 2,5%. Ontem, o IBGE divulgou uma retração da economia do terceiro trimestre de – 0,5%. O pior desempenho trimestral dos últimos quatro anos, reportando-se à breve recessão do governo de Lula, quando no primeiro trimestre de 2009 a redução alcançou – 1,6%. A causa principal do mau desempenho foi a retração de – 2,2% da formação bruta de capital fixo (investimento global). Quando o ministro soube do atual resultado, afirmou: “Somos o País que menos cresceu entre todos os países do mundo”. Em praticamente 11 anos no governo federal ele tem feito previsões esperançosas, de que o Brasil retornaria ao crescimento sustentável dos anos de 1970. Enquanto isto, a situação econômica brasileira vem se deteriorando muito nos últimos três anos. Por seu turno, as consequências mais visíveis do descrédito na economia nacional poderão ser visto no próximo ano. Mas, lógico, porque a política econômica está errada. 
A mais prestigiada agência internacional de risco, aquela que calcula o índice das 500 maiores empresas do mundo com ações na Bolsa de Nova York, além de calcular o índice Dow Jones, a Standard & Poor’s (S & P) já está ameaçando rebaixar a nota internacional do Brasil, referindo-se à recomendação ou não do país merecer o grau de investimento, tão duramente conquistado em 2008. Referido grau é relativo à confiança dos investidores e, portanto, crédito farto e abundante, mediante juros mais baixos. Perdendo essa condição o Brasil volta a ser considerado como subdesenvolvido e não mais como emergente, não obstante tenha renda de país que procura o desenvolvimento. Segundo aquela agência, o Brasil tem dado três passos atrás na atual gestão.  O primeiro é o superávit primário que vêm caindo ano a ano. De 3,5% prometido pelo PT, desde Lula, hoje está por volta de 1,8%. O segundo é a falta de credibilidade para elevar as inversões brutas, que caíram e ficaram estagnadas em 18% do PIB. O terceiro é a ação contracíclica, que não reverte à tendência de estagnação econômica. Isto é, a previsão do incremento do PIB agora para este ano, do próprio governo, caiu para 2,4%. Em 2011, o PIB cresceu 2,7%. Em 2012, o PIB aumentou 1% (revisto agora, antes era de 0,9%). Portanto, a média do período é de aproximadamente 2%. Isto é estagnação.
Não bastasse a ameaça de rebaixamento, que geralmente não vem sozinha, visto que outras agências internacionais de grande prestígio, tais como a Fitch e a Moody’s estão atentas, foi divulgado também ontem o índice anual de corrupção, caindo o Brasil três posições, ocupando o 72º lugar entre 177 países pesquisados.

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