11/12/2013 - PAÍS GRANDE, PAÍS PEQUENO
O texto que se segue, de uma
lauda, o que vem sendo diariamente ventilado, trata-se de assuntos basicamente
de natureza econômica. Vendo alguns retratos macros, o Brasil tem o quinto
território do mundo, somente atrás da Rússia, Estados Unidos, China, Canadá, da
primeira para a quarta posição. Tem a quinta população, só atrás da China,
Índia, Estados Unidos, Indonésia, também do primeiro para o quarto lugar. Porém,
cai invariavelmente em indicadores internacionais. Está com o sétimo PIB
mundial, na sua frente Reino Unido, França, Canadá, Alemanha, Japão, China,
Estados Unidos. Em corrupção está em 72º lugar, entre 177 países acompanhados
anualmente pela ONG Transparência internacional. A esse respeito, citada ONG
calcula que a corrupção anual é de US$1 trilhão, cabendo ao Brasil cerca de
US$50 bilhões, isto é, 5% do total. No que se refere à educação básica, entre
os adolescentes com 15 anos, sendo 65 países acompanhados pela Organização para
Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), o Brasil se encontra na última pesquisa em
58º lugar.
Além dos indicadores acima, a
economia brasileira continua não competitiva. Por décadas, o País somente é
responsável por cerca de 1% das transações internacionais. No século XX
procurou industrializar-se, algo que vinha sendo proibido desde o tratado de
Methuen, de 1703, bem como com seus desdobramentos de resistência da oligarquia
e da burguesia comercial. No entanto, no século XXI passa por um processo de
reprimarização, visto que o seu segmento mais dinâmico é o do agronegócio e da
agroindústria, enquanto a indústria tem encolhido em mais de uma década.
Para fins comparativos, de 2000 a
2012, os Estados Unidos passaram de 12,11% para 8,44% das transações mundiais,
refletindo a saída da maior onda de crescimento do início do século, para a
maior crise capitalista depois de 1929, que se iniciou em 2008 e está prestes a
terminar, o que provavelmente implicará em recuperação da economia americana,
já iniciada em 2012. Então, depois de três décadas de elevado crescimento, por
volta de 10% ao ano, a China estava em 2000 com 3,86%, passando para 11,18% das
transações mundiais, na liderança internacional de comércio. O Brasil, como
país emergente, não aproveitou bem a onda de progresso, do início do século até
2008, saindo de 0,85% em 2000 para 1,33% em 2012.
Em resumo, país grande em
território, população, PIB, mas pequeno na abertura externa da economia, o que
lhe reduz em muito os espaços para crescer de forma sustentável.
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