15/12/2013 - CÂMBIO SINALIZA DIFICULDADES


 
No início do ano o dólar valia R$2,05. Fecha este ano provavelmente em R$2,35. Uma valorização de 15%. Cerca de 30% da inflação brasileira tem origem externa, em produtos importados. Logo, este ano a maior preocupação do governo federal foi de não deixar a inflação superar os 6,5% do centro da meta, de 4,5% desde 2005, mais o viés de alta de 2%. Portanto, teve de retroagir nas suas pretensões de trabalhar com a menor taxa básica de juros já praticada, de 7,25% anuais da SELIC, elevando desde abril deste exercício até agora, para 10% anuais, havendo promessa de um pequeno reajuste de 0,25% em janeiro de 2014. É interessante relembrar aqui que somente em 2006 a inflação ficou abaixo do centro da meta inflacionária, alcançando 3,14%. Dessa forma, a inflação vinha sendo segurada pelo câmbio bem valorizado. Porém, os 15% de valorização cambial não permitiu que a inflação cedesse neste ano, bem como no ano que vem, no caso das pressões para desvalorização cambial continuarem.
A inflação alta, os juros elevados, retomaram ao patamar de 4,1%, em termos reais, a maior taxa efetiva do mundo, fazem os consultores financeiros ouvidos pelo próprio governo, cerca de 100 deles, através da pesquisa semanal do Banco Central, informativo Focus, sinaliza que a taxa do ano que vem não será bem diferente da que se alcançaria neste exercício, por volta de 2% anuais. Por seu turno, a expectativa das empresas de fazer contratações no primeiro trimestre de 2014 é a menor desde o fim de 2009, quando a economia teve crescimento negativo, conforme dados do grupo de recrutamento Manpower. O indicador usado pela empresa é medido pela diferença entre o percentual de entrevistados, que prevê aumento nas contratações e os que esperam uma diminuição delas, foi realizado por pesquisadores junto a 851 empregadores. A maioria dos citados empresários demonstrou pessimismo.

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