28/01/2013 - SOLIDEZ DE INVESTIMENTO




O Fórum Mundial de Davos realizado neste final de mês não apresenta, como outrora, estudos que dão ensejo a conclusões expressivas. Por exemplo, o Brasil aparece como o terceiro mercado mundial mais sólido para se investir, estando atrás somente da China e dos Estados Unidos. A pesquisa realizada na Suíça ouviu 1.330 executivos de 68 países. Ora, onde se encontram países que estão no primeiro mundo, nessa lista, tipo Dinamarca, Suécia, Suíça, Noruega, Canadá, dentre muitos outros citados como de melhor ambiente de negócios, em pesquisa anual do Banco Mundial, de ampla repercussão¿ O dinheiro que vem para o Brasil é basicamente para aproveitar as elevadas taxas de juros que os países avançados não apresentam, ainda mais em ambiente recessivo de muitos deles, em que as taxas de juros chegam a flutuar entre zero a 1%. O Brasil captou no ano passado US$65 bilhões, que se dirigiram para fechar o balanço de transações correntes e permanecer fortemente no mercado financeiro. Não é capital de risco. Isto é, não se trata de capitais para investimento produtivo. Se fosse mesmo para a produção, o PIB estaria crescendo a taxas bem maiores, porque a enxurrada de dinheiro que ingressa no País é mais antiga e se dirige principalmente para o mercado financeiro.

Em contraponto ao isto, nem os próprios brasileiros investem tanto no País. Milhares preferem fazer turismo, visando comprar mais barato, por exemplo, nos Estados Unidos, onde os impostos se aproximam de um terço do realizado na economia doméstica. Dessa forma, em 2012, os gastos de turistas brasileiros no exterior foram de US$22,2 bilhões, enquanto os turistas estrangeiros realizaram no Brasil despesas de US$6,6 bilhões, conforme divulgado pelo Banco Central. Acresça-se ao fato que a moeda brasileira está valorizada em cerca de 30%, o que torna o turismo internacional muito mais atrativo.

Com respeito ainda do baixo crescimento da economia brasileira, o que existe é uma grande desconfiança dos empresários locais, haja vista que o BNDES injetou nela em 2012, segundo relatório divulgado na semana passada, R$156 bilhões, ultrapassando R$6 bilhões do montante que era esperado pelo seu orçamento, algo que também tem ampliado nos últimos anos, sem resultados expressivos.

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