19/02/2013 - PRODUÇÃO INDUSTRIAL



O recuo da taxa cambial de R$2,17 para R$1,95 é intrigante. Mas, faz parte da luta para que a inflação não ultrapasse a casa de até 6,5%. Isto é, do centro da meta de 4,5% mais o viés de 2%, fixados pelo Conselho Monetário Nacional há vários anos, dentro do sistema de metas inflacionárias, que se iniciou em 1999, ainda no início do segundo mandato de FHC, o qual se revelou mais adequado do que somente ficar o combate da inflação baseado no câmbio valorizado. Sim, de 1994 para cá, a política econômica de FHC a Dilma se baseia no tripé de superávit primário, meta de inflação e real valorizado. O superávit é para garantir o crédito para pagar juros e rolar a dívida pública. A meta inflacionária é o planejamento que tem dado certo no Brasil e em muitos países que a adotam. O real valorizado é justamente para que os 30% de inflação importada que carreguem o IPCA não produzam efeitos indesejados.
Os industriais reclamam bastante do real muito valorizado, por volta de 30%, em relação ao dólar. Porém, justamente quando houve duas correções nos dez anos de governo do PT, em 2009 e 2012, o Produto Industrial recuou. Nos outros sete anos ele avançou. Logo, o câmbio valorizado é efeito e não causa da queda do PIB em 2012. Isto porque, grande parte da composição da produção industrial tem componentes importados, desde os insumos a máquinas e equipamentos. O Produto Industrial tem tido desempenho fraco porque também tem havido uma saída de capitais industriais para produzir na China, onde os custos de mão de obra e de tributos são bem mais baratos, haja vista que, desde o ingresso chinês na Organização Mundial do Comércio em 2001, a sua produção industrial triplicou e a produção industrial brasileira cresceu 30% nestes 12 anos. Somente 10% do incremento chinês em termos de taxa do produto industrial.
Para que a indústria brasileira seja competitiva é preciso que o governo evite gastos que não são reprodutivos, fazendo investimentos em infraestrutura, que hoje é ruim, promova a reforma tributária, deixando de privilegiar somente 42 segmentos da economia brasileira, cujos incentivos estão sendo retirados, vistos que foram temporários. Assim, gerou desconfiança dos capitalistas, na garantia de uma política econômica estável e eles investiram pouco, preferindo ficar com dinheiro em caixa, para aguardar melhores oportunidades. Ademais, prepare melhor a mão de obra e fortaleça a confiança dos empresários em suas ações, mas que sejam de formas estáveis.

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