07/02/2013 - ELEIÇÃO NA CÂMARA
No dia primeiro deste mês
foi eleito presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), que poucos dias depois, já começa a ser vaiado, conforme
ocorreu na abertura dos trabalhos legislativos. Ademais, ele não poderá
circular por Brasília normalmente, visto que manifestantes, por exemplo, quando
o viram anteontem ao pé da rampa do Congresso, chamaram-no de ‘ladrão’,
‘safado’, ‘sem vergonha’. O caso dele é bastante complicado, vez que ele
renunciou em 2007, embaixo de bombardeios de denúncias de corrupção, que ainda
irão ser julgadas pelo STF. Ele poderá ou não ser afastado. Ele só foi referenciado
em Alagoas, seu curral eleitoral. É a mesma coisa que acontece com Fernando
Collor, que foi presidente e renunciou para não ser cassado, hoje senador
também eleito por Alagoas. Esconde-se. A população está cada vez mais
esclarecida. Isto é bom para a democracia e também para a economia, haja vista
que ‘aves’ desse tipo tem que ser exorcizadas.
Anteontem, foi eleito
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também em eleição
secreta. Dora Kraemer, em sua coluna de ontem do ESP, assim se referiu: “Para
quem esperava de 300 a 400 votos, como dizia às vésperas da eleição a cúpula do
PMDB, os 271 votos que fizeram de Henrique Eduardo Alves presidente da Câmara
mostraram a existência de um espaço de discordância”... “Sem alardes nem
confrontos, Eduardo Campos (PSB-PE) conseguiu atrair 165 votos para o deputado
Júlio Delgado, candidato do PSB”. Tal resultado não foi como uma eleição quase
por aclamação de Renan Calheiros, mostrando que o compadrio no Senado é bem
maior. Isto porque a Câmara tem 513 deputados. Ademais, o novo presidente tem
11 mandatos, consecutivos, 42 anos de Casa, trânsito com a maioria e sobre ele
pairam acusações, mas não comprovadas.
Rondam as casas
legislativas cerca de 30 partidos políticos. Desde os anos de chumbo da
ditadura militar (1964-1984), de partido político único, esboçou-se o Movimento
Democrático Brasileiro (MDB), em franca e perigosa contestação ao citado
regime. A transição da ditadura para a democracia somente permitiu a existência
de dois partidos: ARENA e PMDB. O pluripartidarismo somente foi permitido após
a Constituição de 1988. Quando houve a eleição indireta, no final de 1984, quem
quisesse sair de um ou outro partido poderia. Com espanto, por exemplo, José
Sarney, que todo tempo, desde 1956, foi da situação de poder saltou para o PMDB,
candidato a vice-presidente. Depois da morte de Tancredo Neves, autêntico do
MDB, assumiu a presidência o vice Sarney. De lá para cá o PMDB não foi mais o
mesmo passou a fazer casuísmos e se colocou como linha auxiliar de todos os
governos depois de Sarney.
Os desvios comentados
acima são ruins para a democracia, para o conhecimento internacional e para a
economia brasileira. Porém, como se saiu da ditadura, tudo indica que o País
caminhe para verdadeira democracia e uma economia sólida.
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