02/02/2013 - ELEIÇÃO NO SENADO
A cada dois anos é eleito o
presidente do Senado, que pode ser reeleito. Ontem, dos 81 senadores, 78
estavam presentes, sendo atribuídos ao senador Renan Calheiros 56 votos e 18
votos ao senador Pedro Taques. Dois senadores votaram em branco e outros dois
anularam seus votos. Em seu discurso, Renan Calheiros disse que “ética é
obrigação de todos nós”. Em 2007, quando
exercia seu primeiro mandato, três acusações feitas pela Procuradoria Geral da
República, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e peculato,
mostraram-se consistentes e ele renunciou, com receio de ser afastado do cargo.
Na época, não conseguiu explicar ligações com o lobista de uma empreiteira, que
pagava pensão alimentícia a sua amante Monica Veloso, com a qual tem uma filha.
Investigado pelo Conselho de Ética do Senado, além da Polícia Federal, que
produziu laudos periciais, analisando notas fiscais frias, cheques que Renan
disse ter dado à citada Mônica, mas não foram para ela, a situação é no mínimo
constrangedora. O caso se encontra no Supremo Tribunal Federal (STF), para
decisão, já que Renan alegou na época ter foro privilegiado. O Senado terá o
desgaste de ver o seu presidente também investigado pelo STF. A Mônica Veloso é
jornalista, posou nua para a revista Playboy, em face da notoriedade que ganhou
com o rumoroso caso e está recorrendo da pensão que recebe de Renan, de R$6
mil.
O que aconteceu ontem no Senado
foi o desrespeito da grande maioria dos senadores, que o aclamaram, mas em voto
secreto. Não se identificaram por um motivo de conluiar contra a população
brasileira. O cargo de presidente do Senado é muito importante. Ele administra
um orçamento de R$3,5 bilhões, o equivalente ao orçamento da terceira maior
cidade brasileira, Salvador, com 3 milhões de habitantes.
Ao despedir-se ontem do Senado,
José Sarney chorou, lembrando seu histórico com parlamentar e sua administração
pela terceira vez na Casa. Durante suas gestões no Senado, José Sarney
protagonizou o escândalo dos atos secretos, os quais eram tomados pelo
parlamentar e não foram publicados oficialmente. Ele enfrentou dez processos no
Conselho de Ética, que acabaram arquivados. Por fim, disse que entregará a Casa
com a reforma administrativa de 80%, a qual até hoje não saiu do papel.
Somente pelo exame dessas duas
personagens, cujo apoio tem secretamente da maioria de senadores, vê-se que o
Brasil deveria mesmo não ter Senado. Bastava a Câmara, que, conseguiria
resolver mais rápido os processos submetidos e custa muito menos.
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