18/02/2013 - ACORDOS COMERCIAIS


O discurso do presidente Barack Obama no dia 12, passado, dirigido ao Congresso, traz uma proposta de fim das barreiras do comércio e das tarifas entre os Estados Unidos e a União Europeia. A saída proposta da atual recessão europeia e aumento da taxa do PIB americano são via exportações de 86 bilhões de euro por ano daquela Organização, algo como 0,5% de seu PIB, em troca de 65 bilhões de euros anuais dos EUA, algo como 0,4% do seu PIB. Os efeitos positivos para eles trarão reflexos para o Brasil, tal com se curvar às exigências que eles poderão fazer. Os dois conjuntos de países representam 33% das exportações brasileiras, sendo 18% para União Europeia e 15% para os Estados Unidos. Para o Mercosul o Brasil exporta 18%. Para a China 11%. Já o País importa 21% da União Europeia; 17% da China; 15% dos Estados Unidos; 10% do Mercosul. Dados de 2012.
O desempenho mundial do ano passado brasileiro não foi bom, de incremento de 1% do PIB, perante Angola que cresceu 11%, demais emergentes, entre 5% a 6%, Chile, Peru e Colômbia de 6%. Restrições às exportações brasileiras dificultarão a recuperação que se pretende para este ano. A redução das tarifas de energia, cujos subsídios serão de R$8,5 bilhões em 2013, melhorará o desempenho industrial. Entretanto, houve aumento dos combustíveis. Mas, nem mesmo assim a Petrobras se recuperou. É notória a deficiência de caixa da estatal para fazer investimentos, no que o governo federal tem se ancorado nos últimos dez anos. Os problemas da Petrobras os estão asfixiando. O seu desempenho tem piorado. As suas ações em bolsa valem hoje 40% do seu pico, alcançado em 2008. A sua presidente declarou recentemente que este ano vai ser pior do que 2012. Seus funcionários ameaçam entrar em greve.
Em resumo, o Brasil ficou de fora dos acordos comerciais do grupo chamado de Nafta, tratado norte americano de livre comércio, tendo empenhado pelo MERCOSUL, hoje um bloco muito mais ideológico do que comercial, onde a Argentina tem feito retaliações. Os negócios para lá não andam tão bem. É preciso abrir espaços comerciais em mundo dividido e cada vez mais protecionista.
 

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