23/11/2012 - OVO NA GALINHA




A perspectiva aberta com a exploração de petróleo na camada do pré-sal, a mais de 5.000 metros de profundidade do mar, foi anunciada com estardalhaço em 2006. Mas, seis anos depois muito pouco se extraiu de petróleo e o Brasil não produz para todas as suas necessidades. Portanto, não é verdade a auto-suficiência, o que foi também anunciado naquela época. O Brasil importa ainda óleo bruto, tipo leve e exporta óleo bruto, tipo pesado. No que se refere à gasolina, o País está importando 65% das suas necessidades dela. Os gargalos são muitos, entre os quais estão carências de mão de obra, as deficiências da infraestrutura e de tecnologias, o atraso no fornecimento de equipamentos e a falta de dinheiro em caixa para novos investimentos pela Petrobras, levam a concluir que pó pré-sal vai atrasar muito. A previsão é de que a produção para triplicar a produção hoje de 2 milhões para 6 milhões de barris, alardeada pelo governo, desde aquela época, somente acontecerá por volta de 2025. Ademais, os poços da bacia de Campos chegaram à fase madura, com taxas de declínio de produção entre 10 a 20% ao ano.

Na semana passada, no Congresso Nacional foi aprovado o controvertido projeto que redistribui os royalties do petróleo, em geral. Ao deixar passar um projeto de lei quer põe em xeque a segurança jurídica, o governo preferiu ficar de bem com os congressistas, ao ponto da presidente Dilma ter afirmando que irá sancioná-lo como lei. Os Estados que se dizem perdedores, que vão ao Supremo Tribunal Federal. O projeto de lei beneficia todos os municípios brasileiros. A votação dos royalties deixou de fora a forma de como usá-lo. Por exemplo, ficou fora a intenção governamental de destinar 10% dos royalties para a educação. Na verdade, o Brasil de hoje demorará de crescer também via recursos da camada do pré-sal. O que se vê agora é uma preocupação muito maior com o ovo na galinha, do que com a exploração do petróleo. Esta é mais outra questão desfocada, o que projeta o governo da presidente Dilma como aquele que irá ter baixo crescimento.

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