16/11/2012 - CONTRADIÇÕES DO CRESCIMENTO




Neste início da semana o Boletim Focus, publicação do Banco Central (BC), manteve as projeções da SELIC neste final de ano e reduziu as expectativas de juros para 2013. Está sendo agora feita extrapolação de que a SELIC ficará em 7,25%, por longo período, contrariando as projeções que vinha fazendo a muito tempo basicamente de curto prazo para a SELIC. Há contradição no seu comportamento. A razão de mudança foi explicada pelo BC, devido à zona do Euro ingressar em recessão pela segunda vez neste ano, caindo o PIB - 0,1% no terceiro trimestre, seguindo – 0,2% do segundo trimestre. Isto é, a ortodoxia do BC continua a propugnar por baixa taxa de juros, mesmo com a inflação ascendente, para retomar o crescimento. O interessante é que o BC está na contramão da equipe econômica, que diz que a economia mundial tem pouca influência no Brasil. Aliás, o governo da presidente Dilma está sendo o mais fraco do PT, na esfera econômica, embora forte na política, fortalecendo suas alianças, mediante criação do 40º ministério.

A Opinião Econômica de Luiz Carlos Mendonça de Barros, publicada na Folha de São Paulo de hoje, traz outra preocupação a que o BC não se refere. Mendonça vê muitas dificuldades para o mundo, já que no ano que vêm, nos Estados Unidos, muitos impostos voltarão a ser cobrados, os quais foram temporariamente deixados de fazê-los desde 2001. Quer dizer, um anúncio também de recessão o baixo crescimento. Porém, o enfoque de Mendonça é de que “0 abismo fiscal dos EUA está provocando a queda acentuada dos preços das ações no mundo todo”. Por fim, ele concluiu que “o mercado de ações vai rapidamente recuperar todas as perdas recentes”. Ora, também há uma contradição na análise, visto que é bem improvável a rápida recuperação. Porém, em ações não dá para adivinhar. O fato é que a recessão e o baixo crescimento estão na ordem do dia.

Como terceira contradição do dia de hoje, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, vem a público referir-se que “o Brasil está preparado para ter um crescimento sustentável e acima da média mundial nos próximos anos”. Ora, desde o Plano Real (1994) tem ocorrido o inverso, na maioria dos 18 anos do referido Plano.

No contexto contraditório do governo federal também está a Petrobras, implorando elevação do preço da gasolina, para seguir o nível internacional, visto que de tão baixo, está comprometendo o plano de negócios de inversões de US$246 bilhões para o período 2012-2016.  

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