06/11/2012 - RACIONAMENTO DE GASOLINA


O governo dos dois mandatos do PT de Lula tratou a Petrobras como a ponta de lança para conduzir o Brasil a um crescimento mais rápido. No primeiro mandato, a Petrobras cresceu muito, aproveitando da capacidade ociosa existente. Em 2006, o presidente Lula proclamou a autosuficiência do petróleo, além do início da intensa  propaganda da produção da camada do pré-sal, o que poderia tornar o Brasil exportador de petróleo. O ministro de Minas e Energia era a atual presidente Dilma. Ocorre que, desde o mesmo 2006, os contratos de concessão de áreas da Petrobras foram praticamente paralisados. As refinarias anunciadas ainda não estão prontas, seis anos depois. Por outro lado, no primeiro mandato de Lula, a vedete era o carro de bicombustível, gasolina-álcool, além de o governo federal partir para a ofensiva de exportações de etanol. Foi mais além, propagandeou também exportações do biocombustível, gasolina-óleo vegetal. Porém, no segundo mandato de Lula, a Petrobras não se tornou autosuficente, conforme anunciado, ao invés de exportar etanol, o País passou a importador de etanol. Já a produção de petróleo na camada do pré-sal não chega a 10% da produção total da Petrobras. Como a Petrobras teve que atender a crescente demanda de gasolina, passou a ser crescente importador do combustível. Na verdade, parte significativa do petróleo extraído é exportado e a gasolina é importada, no comércio notadamente com os Estados Unidos, com o qual a balança comercial brasileira foi deficiente em 2011, em mais de US$4 bilhões.
Após cinco anos de mergulhos na crise econômica mundial, a Petrobras, que seria responsável por cerca dos 70% dos investimentos no PAC, não tem cumprido o prometido e adiou muitos investimentos para quando a economia recuperar-se.
O governo da presidente Dilma continua ortodoxo como todos os outros quatro mandatos, a partir do Plano Real. Somente que o tripé do superávit primário, câmbio flutuante e controle inflacionário encontra-se bastante fragilizado, assim como as reduções de 5% na taxa básica de juros, em um ano, não conseguiram reativar a economia, que este ano crescerá apenas algo como 1,5%. Ademais, como defesa da estagnação em que o País está, durante este ano quase todo foram dados subsídios (redução do IPI) para a aquisição de veículos, sendo a maioria deles movida à gasolina. Somente agora em outubro as vendas de veículos cresceram 17,7% em relação ao mês anterior e 24% em relação ao mesmo mês de 2011. Resultado: poderá haver falta de gasolina no geral, conforme já existe escassez no Norte. Ou o que é pior, o racionamento de gasolina.

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