10/11/2012 - INVESTIMENTO ACELERADO


Conforme já exposto em artigos recentemente feitos, a atual gestora da economia brasileira não tem recursos para realizar tantos investimentos necessários, conhecidos como obras do PAC. A perspectiva que se vê são as parcerias público privadas.

Os governos do PT, no primeiro mandato do presidente Lula se serviram da capacidade ociosa da economia e plantou as bases para dar um voo no seu segundo mandato. A esperança geral era de que o voo fosse de águia e foi feita decolagem. Mais tarde (2011-2012) se está verificando que continuou sendo o voo de galinha de mais de três décadas. Entre 2007 e 2011 o investimento total se ampliou 73,5%. Porém, em 2009, a economia brasileira teve leve recessão, de – 0,3%. Mas, em 2010, cresceu o PIB 7,5%, fechando o governo de Lula com uma média anual de 4%. A gestão da presidente Dilma não deu continuidade à era Lula, até porque tem procurado fazer os ajustes entre os investimentos programados pelo seu anterior gestor. Muito do que se fez de 2003 a 2010 foi de forma atabalhoada. Uma prova evidente é o papel da Petrobras, joia da coroa, que seria responsável por até 70% dos investimentos públicos e que reformulou o seu plano de negócios para metas realistas, prorrogando muitas obras e abandonando outras. Mas, inúmeras outras obras demonstraram uma grande inoperância. A prova disto é que o próprio governo acredita que até 2014 somente atingirá 29% dos investimentos programados de R$708 bilhões.

A solução seria o planejamento global de longo prazo, no qual se fixariam metas para serem cumpridas. Contudo, o governo da presidente Dilma não quer deixar a ortodoxia adotada desde 1995. Depois de resistir por quase dois anos, teve que abrir de sua austeridade, na qual queria o total controle dos investimentos infraestruturais, para fazer parcerias público-privadas. O empresariado se vê estimulado, conforme a pesquisa com 1.200 deles, pela Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção, encomendada à revista Exame e publicada na edição do Anuário Infraestrutura 2012-2013, de outubro passado. O levantamento encontrou 11.533 obras, cujo montante estimado é de R$1,68 trilhão. Quer dizer, há perspectiva de se fazer nova decolagem. Porém, a estrutura governamental se emperrou ainda mais. O governo federal gastou no primeiro semestre deste ano R$45 bilhões a mais do que em 2011, bem como a taxa de crescimento de 2011 foi de 2,7% e a esperada para 2012 é de 1,5%. Quer dizer até agora, que é preciso coragem para uma necessária reforma administrativa, dentre outras, mas desta nem se houve falar. Portanto, está mais para continuar a economia cacarejando do que em busca do progresso ampliado, a não ser que o quadro geral mude bastante nos próximos anos.

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