26/05/2012 - POLÍTICOS E A ECONOMIA



A literatura brasileira registra livros fantásticos sobre a formação da classe política. Citam-se os livros: “Os Donos do Poder”, de Raymundo Faoro, “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freire, “Formação Econômica do Brasil”, de Celso Furtado. No conjunto da obra, Sérgio Buarque de Holanda, definia “o brasileiro como cordial”, tese que se verifica falsa, mas que muitos acreditam. No conjunto da obra, John Maynard Keynes, afirmava que por trás (respaldando) de todo político havia um economista “morto”. Já o artigo de Patrícia Melo, na revista Isto é, desta semana, datada de 23 mais próximos, chama de “Povinho Ruim”, título do seu texto, à classe política brasileira. Respalda-se no livro “O Caminho da Liberdade”, do austríaco Arthur Schnitzer, para definir os políticos em geral: “... “basicamente se diz haver dois tipos de políticos (ou nenhum, conforme se verá); o primeiro, composto por homens de negócios, impostores ou aduladores; e o segundo, formado pelos ‘ativos... ou geniais’. Explica-se que este segundo tipo também não era formado por políticos ‘no fundo do seu ser’, mas por verdadeiros artistas, que ‘buscariam criar uma obra, e uma obra que por princípio reivindicava sua imortalidade e caráter quanto qualquer outra obra de arte’. Sua matéria prima seria a própria humanidade... Fico me perguntando se o Brasil possui na sua imensa galeria de políticos que nos lideram há séculos alguém que se encaixe no segundo perfil de Schnitzler”. Depois de citar grandes políticos internacionais, refere-se a brasileiros notáveis, tais como Joaquim Nabuco, Ruy Barbosa e o Barão do Rio Branco, “pálidas figuras diante de grandes políticos da história mundial”. Com convicção, os dois tipos de políticos existem no Brasil. Porém, a cultura massacrada pela história necessita de muitos processos educacionais para ter-se um Brasil desenvolvido. Afinal, o Brasil já é considerado como emergente. Contudo, os seus laços de dependência econômica, que já foram mais fortes, persistem, impedindo que se consolidem as grandes instituições nacionais.

Mais adiante: “Talvez seja exatamente esse descompasso que explique por que nosso crescimento tão alardeado não se reflita em conquistas sociais e culturais. Talvez nosso crescimento seja uma ilusão, uma bolha, ou mesmo um mero crescimento estatístico, conforme acreditam alguns”. Não há talvez, o Brasil está emergindo. Concluiu: “É um processo longo, explica-me um amigo cientista, três vezes indicado para o Nobel. Uma vez iniciado um processo democrático, ele explica, demora-se em média três gerações para se mudar a cultura da corrupção de um país. Ainda teremos de esperar um pouco. Tomara que ele esteja certo. Meu único temor é que ele não conhece o Brasil. Nem os políticos brasileiros. Eta povinho ruim!”. Irretocável o arremate das suas idéias. Deixando a emoção de lado, elas estão cheias de razão.



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