22/05/2012 - RESPOSTA TÍMIDA
Enquanto as previsões são de que
a economia brasileira permanecerá onde está no rol planetário, visto que o
terceiro mergulho da economia mundial se concretiza, isto é, a Europa se
debruça pela terceira vez na recessão, sendo a primeira vez de retração em
2008; a segunda vez em queda, em 2011; ao tempo em que os Estados Unidos
reduziram o seu crescimento projetado. Eles, que começaram as bolhas
especulativas, estouradas desde 2008, não estão conseguindo colocar o mundo em
crescimento virtuoso. Dessa forma, passarão de cinco anos a atual queda do
produto mundial, a maior desde a grande depressão de 1929.
O que tem feito o Brasil? Nesta
semana, veio uma resposta tímida. Um pacote de R$2,7 bilhões para estimular o
consumo, dado que a quinta redução seguida da SELIC não o ampliou significativamente.
O segmento beneficiado foi o automotivo, com ações voltadas para elevar as
vendas de carros, caminhões e ônibus. A equipe econômica reduziu o IPI, até 31
de agosto, para carros de até 1.000 cilindradas, caindo a alíquota de 7% para
zero. Para veículos até entre 1.000 a 2.000 cilindradas, o IPI caiu de 11% para
6,5%. No caso de utilitários, a redução é de 4% para 1%. Acredita o governo que
a renúncia fiscal irá baratear em até 10% os carros populares e de 7% os carros
maiores. As montadoras prometem dar descontos de 2,5% para carros tipo 1.000 e
1,5% para veículos de 1.000 a 2.000 cilindradas e 1% para utilitários. O
governo reduziu ainda a alíquota do IOF de 2,5% para 1,5% sobre empréstimos
para pessoas físicas. A queda na arrecadação da medida será de R$900 milhões
até 31 de agosto. No entanto, o corte do IOF não terá prazo para acabar, visto
que voltou ao que era antes (1,5%). O Banco Central irá liberar depósitos
compulsórios para que os bancos flexibilizem mais o crédito, aumentando o seu
volume e o número de parcelas. O BNDES reduziu os juros para a aquisição de
máquinas, equipamentos e ônibus destinados às grandes empresas de 7,3% para
5,5% ao ano, as mesmas taxas para as pequenas e médias empresas, linha de
crédito que financia até 90% e por até 120 meses. Os juros bancários para as
linhas de financiamento de pré-embarque das grandes empresas foram reduzidos de
9% para 8% anuais. Dessa maneira, fica
claro que a referida equipe atendeu os apelos da indústria automobilística, que
está com os pátios cheios. Os bancos não foram convidados para a reunião do
anúncio citado.
Em princípio, as medidas são
pontuais e de pouca dinâmica. Prossegue o governo na ortodoxia de não promover
as reformas, tendo o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliado que será
difícil crescer 4,5% neste ano. Ora, a pesquisa FOCUS, semanal, do Banco
Central, consultando 100 especialistas, revela que o crescimento estimado para
este ano é de 3%. Dessa forma, a vontade de crescer muito, sempre perde espaço
para a prudência, em dez anos dos governos do PT no poder. Cumpre-se a máxima,
a teoria na prática é outra.
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