12/05/2012 - SISTEMA DE METAS DA INFLAÇÃO


O fenômeno da inflação tem origem no movimento monetário e repercussão no nível de preços como ajuste na equação de trocas, definida com MV = PY. Logo, quando há aumento maior da esfera monetária (MV) o acerto se dá via elevação de preços na esfera produtiva (PY). A inflação mínima é considerada até de 3%, por muitos tida até como benéfica, visto que as pessoas deixam de manter dinheiro em casa. Para colocar nos bancos, fazendo a moeda circular. A inflação depois de 3% começa a preocupar, até alcançar dois dígitos, quando então começa a desestabilizar a economia, tornando-se instrumento pernicioso para a condução econômica. A partir dos anos de 1990, a Irlanda começou a fixar a meta da inflação, seguida por cerca de dez países. Em 1999, foi a vez do Brasil. De certo, o sistema tem se revelado bom. É tanto que neste ano, pela primeira vez os Estados Unidos adotaram a meta de 2%. Na Europa também se seguiu os 2%. Mas, no Japão é de 1%. Todos os três grupos adotaram explicitamente o sistema de metas inflacionárias. Referidos países tem obtido tradicionalmente pequenas taxas de inflação. O Brasil tem se contentado com 4,5%, desde 2005, que o Conselho Monetário Nacional anualmente a estabelece, mas sendo o único país que adota também viés de 2% para cima ou para baixo desse centro. No caso, o viés se verifica para cima, tendo cravando em 2011 a inflação exatamente de 6,5%.

Para Miriam Leitão, em sua coluna de ontem, no jornal O Globo: “se o País quiser mesmo ter juros de primeiro mundo precisa também querer ter inflação de primeiro mundo. A meta de inflação tem que ser mais baixa e o BC não pode confundir teto com centro... Alguns analistas acreditam que será interrompida a seqüência de quedas que levou o IPCA em 12 meses, de 7,3% em setembro do ano passado, para 5,1% em abril. Se o IPCA de maio vier acima de 0,47%, o índice em 12 meses voltará a subir”.

A leitura de que se faz das declarações recentes do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, a de que a inflação oficial veio “acima das expectativas do BC”, em seminário anual no Rio de Janeiro, com representantes do sistema financeiro, é também de que: “O real, nessa semana, se desvalorizou menos do que o peso mexicano, o dólar neozelandês, o dólar australiano e o rand sulafricano. Ou seja, nesses últimos dias, o que vimos foi um movimento internacional de fortalecimento do dólar”. Na verdade, o dólar cotado agora em torno de R$1,95 irá também pressionar a inflação de maio, o que vai de encontro ao ansiado melhor desempenho da economia brasileira, em termos de menor inflação, do que por volta de 5%, bem como em um PIB esperado de mais de 4%. O mercado financeiro projeta atualmente, para 2012, inflação de 5,5% e PIB de 3,5%.



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