04/05/2012 - FONTES DE CRESCIMENTO
Não há milagre na economia. O progresso tem que ser bem trabalhado. O bom nível de crescimento somente acontece com bom nível de investimento. Bom nível do PIB é acima de 5%, assim como bom nível de investimento é acima de 20% do PIB. Ou seja, o PIB é principalmente função do investimento global. A estabilidade da economia, a partir do Plano Real, em 1994, criou as bases para as fontes de crescimento da economia. Contudo, tais fontes estão se esgotando e novas fontes têm de ser criadas.
Em artigo na revista Veja, datada de 02-05-2012, Mailson da Nóbrega, mostra porque o governo de Dilma está obtendo “Menos crescimento” (título). Assim se refere: “O potencial se elevou na era Lula em razão dos ganhos de produtividade decorrentes de reformas anteriores e dos dois primeiros anos de seu próprio governo. As principais, além da abertura da economia e da estabilidade, foram a Lei de Responsabilidade Fiscal, a privatização, a reestruturação do sistema financeiro e a aceitação do capital estrangeiro nos serviços de infra-estrutura. Coube a Lula ampliar o mercado de crédito pessoal e habitacional, expandir os programas sociais e criar uma moderna Lei de Falências. Os ganhos de comércio com a China completaram o quadro. Os benefícios dessas mudanças se traduziram em elevação da eficiência da economia. Cerca de 90% do aumento do ritmo do crescimento do período Lula veio da elevação da produtividade total dos fatores de produção. Essas fontes de expansão da economia estão se esgotando. Com a interrupção das reformas, os ganhos de eficiência minguaram, enquanto pioravam o sistema tributário e a legislação trabalhista. A deterioração da infra-estrutura, provocada por baixo investimento e má conservação, dificultou a operação de logística. A produtividade está estagnada há dois anos. A taxa de investimento continua relativamente baixa. O potencial de crescimento cai e pode ficar entre 3,5% a 4%”.
O articulista não percebeu ainda que a presidente Dilma estaria preparando uma ofensiva, no estilo dela, “gerentão”. Lançou o Programa de Erradicação da Miséria, pressionou o Banco Central, para baixar a SELIC, aos bancos públicos e, depois, os bancos privados, para baixarem as taxas de juros, em direção aos níveis internacionais. Sinaliza no sentido de baixar a taxa fixa da poupança de 5%, para 70% do rendimento da taxa básica de juros, a SELIC, para trazê-las mais próximas dos níveis internacionais dos países desenvolvidos. Ademais, tem dito que irá fazer a reforma tributária e prepara no Ministério de Assuntos Estratégicos aquele que será talvez o seu maior programa social tão esperado, qual seja o de revolucionar a educação, a partir da pré-escola. A base do referido programa está em inúmeros estudos do renomado técnico Ricardo Paes de Barros, secretário do citado ministério. As premissas dele são de que os adultos que tiveram boa educação antes dos 6 anos são mais produtivos, criativos e usufruem renda até 6% superior, em relação àqueles que não tiveram a mesma sorte. Todavia, tem que fazer mesmo é a revolução em todos os níveis da educação. Na pré-escola já é o começo de tudo, assim a população brasileira espera.
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