16/05/2012 - BOLSA MUITO VULNERÁVEL
A Bolsa de Valores de São Paulo
(BOVESPA) é uma das dez maiores do mundo. Às vezes, pontifica entre as cinco
maiores. Entretanto, é uma das mais voláteis. Seguramente, entre os mergulhos da atual crise mundial, iniciada em
2008 (1º mergulho); recuperação em 2010, mas recaída em 2011 (2º mergulho); com
prenúncios agora, no final do 1º semestre de 2012 de nova queda (3º mergulho),
com futuro incerto da Grécia, mediante temores de sua saída da zona do Euro,
desemprego assustador na Espanha, de 25% da população economicamente ativa;
crise na Itália, bem como em todos os países da citada região, até mesmo
atingindo fortemente a França e a Alemanha (esta em menor intensidade, visto
que é líder do bloco, cujo crescimento do primeiro trimestre foi de 0,5%,
parece que o maior da referida área).
A BOVESPA caiu mais do que as
bolsas dos países desenvolvidos nos últimos dias. A sexta queda seguida da
BOVESPA, a maior seqüência de baixas desde julho do ano passado. Mediante os
tombos, pela primeira vez, neste ano, há uma perda acumulada do desempenho de
0,91%. Isto é, até meados de março, os ganhos dos investidores chegaram a
20,5%. No entanto, foram elididos até ontem. Por seu turno, o dólar comercial
fechou cotado acima de R$2,00, pela primeira vez em quase três anos. Isto vai a
favor dos interesses governamentais, cujo ministro da Fazenda, Guido Mantega,
afirmou nesta semana que não existe teto, para a alta do dólar, assim como isso
estaria beneficiando as exportações. Na verdade, é uma faca de dois gumes, haja
vista que encarece também as importações, trazendo pressões inflacionárias, o
que compromete a política monetária de incentivo à baixa de juros.
A questão é: por que a BOVESPA
oscila tanto assim, em tão pouco tempo? Não é difícil de entender. Nela, por
volta de 375 empresas são negociadas. São empresas gigantes, muitas ligadas ao
capital internacional. Além do mais, o capital especulativo externo tem
recorrido com intensidade para a BOVESPA. Atualmente, mais de 40% do dinheiro
aplicado na bolsa brasileira é de capital estrangeiro.
Em resumo, existem muitas máximas
sobre bolsas. A primeira, de que não é lugar para principiantes, para amadores.
A segunda, de que são investimentos de longo prazo, próprio dos capitalistas. A
terceira, de que se deve vender quando a maioria compra e comprar quando a
maioria vende. Isto é, tem que ser profissional ou estar baseado nos melhores
da categoria. A quarta, em bolsa existe o efeito manada. Vale dizer, quando
está caindo a maioria sai na base do “salve-se quem puder”; na alta, muitos
ingressam na euforia, pensando em ganhar muito, mas podem ganhar muito, pouco,
perder pouco, muito. Afinal, bolsa é jogo.
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