08/05/2012 - TEORIA NA PRÁTICA


Um ditado popular diz que “a teoria na prática é outra”. Sem dúvida, que a teoria aplicada em países desorganizados, como era o Brasil desde 1994, antes do Plano Real, não dava certo. A inflação descontrolada e elevada tornava as previsões grandes fiascos. Porém, a população passou a querer acreditar no Plano Real, na nova moeda, no funcionamento dos mercados. Portanto, desde então, desde Itamar Franco, passando por Fernando Henrique Cardoso, por Lula e agora por Dilma, o cerne da política econômica tem sido ortodoxa. Isto é, o governo tem procurado estabilizar, primeiro, suas finanças públicas, fazendo superávit primário, para pagar pelo menos os juros da dívida, o que lhe conferiu o grau internacional de investimentos estrangeiros, concedido pelas agências de risco mundiais. Segundo, o câmbio é flutuante, agindo o Banco Central para não haver especulação com moeda estrangeira. Terceiro, adotou desde 1999 o sistema de metas de inflação, que tem sido bem sucedido, visto que desde 2005 o centro da meta é de 4,5%, com viés de 2% para cima ou 2% para baixo da inflação. Para Keynes, o mais respeitado economista desde os anos de 1930, as políticas econômicas básicas são as monetária, cambial, fiscal. Assim, o governo tem sido bem sucedido nas políticas econômicas clássicas, monetária e cambial, restando a política fiscal, que está inalterada praticamente, sendo usada de forma temporária, para conceder incentivos em defesa do nível de atividade econômica, como fez em 2009 e está fazendo agora, em defesa principalmente do mercado interno e da indústria nacional, embora de forma bastante tímida. A presidente Dilma prometeu também fazer a reforma fiscal, mas até agora nada fez. No entanto, começou do começo com a política monetária.

Dessa maneira, já bradou várias vezes a presidente Dilma, há pelo menos um mês, contra a estrutura bancária brasileira: “É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com os juros mais altos do mundo”, na semana passada. Ontem, na “conversa com a presidente”, em cadeia nacional de rádio, insistiu em mais quedas nas taxas de juros, de todo o sistema financeiro. Tem dito no Palácio do Planalto que quer ver as taxas de juros até o final do seu governo, por volta de 2% anuais, conforme praticadas pelos países desenvolvidos. A sua ação na política monetária é ortodoxa e destemida. Procura realizar o que os neoclássicos chamam de “equação quantitativa da moeda”, esboçada nos manuais de economia como equação de Fisher, onde MV = PY, representando M = o vetor dos meios de pagamentos; V = ao vetor das diferentes velocidades da moeda; P = ao vetor dos níveis gerais de preços; Y = o vetor do volume das transações. Segue-se aqui mais uma vez a política monetária ortodoxa, as classes empresariais das esferas produtivas agradecem e acreditam que irá dar certo.

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