19/05/2012 - CRESCIMENTO MENOR


“O nosso crescimento vai ser menor do que esperávamos”, declarou à imprensa, ontem, Antônio Delfim Netto, economista de 82 anos, ex-ministro da Fazenda em governos do regime militar após 1964, ainda hoje na ativa como economista, sendo consultor informal dos governos de Lula e de Dilma. O fato é que mais um dito do mercado de ações se confirma: a de que a bolsa de valores cai no boato e cresce no fato. A BOVESPA entrou em parafuso, desde as péssimas notícias da Europa, do terceiro mergulho da crise mundial, iniciada em 2008. Caiu a bolsa de valores oito vezes seguida, encerrando a semana com perdas anuais.

O governo federal já tinha as estatísticas ruins do primeiro trimestre. Não foi sem motivo que desde abril a presidente Dilma tem feito uma cruzada pela queda do sistema de juros do mercado financeiro brasileiro, considerado dos mais altos do mundo. Por outro lado, ela tem sido alertada que somente a redução dos juros, para elevar o consumo, já bastante alto, acima de 60% do PIB não é suficiente, haja vista que a SELIC caiu seis vezes consecutivas, em 4,75% anuais e a taxa de consumo praticamente não cresceu. Entretanto, a inflação sim, que parece recrudescer. Balizando a SELIC por volta de 9%, não tendo mais expectativa de cair significativamente na próxima reunião do COPOM, em 30 de maio vindouro, o alvoroço com as taxas de juros se dissipará. Por sua vez, os bancos privados, que têm sido forçados a baixar os juros, respondem aumentando suas tarifas. A quebra de braço continuará ou será desfocada e ao que parece pouco significará para o crescimento.

No Início desta semana a SERASA, que reúne o maior banco de dados sobre devedores brasileiros, mostrou que a inadimplência tem sido a maior nos últimos dez anos, desde que foi criado o seu acompanhamento. Notícias do Ministério do Trabalho, através do Cadastro de Empregados e Desempregados, revelou que, no primeiro quadrimestre de 2012, a geração de empregos recuou 20%, em relação ao primeiro quadrimestre de 2011. No ano, a indústria e o comércio têm os piores resultados, sendo a indústria de alimentos, bebidas e o comércio varejista os únicos segmentos que cortaram vagas. Dessa forma, a economia não apresenta sinais ainda de que possa crescer acima de 3% em 2012, o que irá depender do segundo semestre. Geralmente, o emprego costuma crescer a partir de abril, mas não foi o que aconteceu. Contudo, a repercussão da queda da SELIC poderá trazer algum resultado. Mas, não se espera muito, no momento.

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