21/05/2012 - DISCURSO E PRÁTICA ECONÔMICA


Em sala de aula o professor apresenta a disciplina através da Teoria Econômica, a forma positiva, onde aflora a verdade relativa, sendo os modelos de entendimento, de acordo com a formação do estudante. Classicamente, estuda-se que os três poderes são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, havendo harmonia entre eles. Na prática, isto não existe. Existem países de regime político presidencialista e parlamentarista, cabendo ao Judiciário resolver as pendengas entre eles, dentro da normalidade. Porém, como no caso brasileiro sempre existiram medidas constitucionais de exceção, em sete impérios de constituições históricas, hoje chamada de Medida Provisória, entrando imediatamente em vigor. Na contemporaneidade, surgiram mais três poderes: o Ministério Público, a Mídia e a Opinião Pública. No entanto, os atos e fatos do cotidiano inúmeras vezes não dão razão à teoria. Tampouco, a tantos poderes observados.

Em artigo do jornal Valor Econômico, deste final de semana, André Lara Resende, doutor em economia, um dos formuladores do exitoso Plano Real, escreveu “Atalhos Perigosos”. “As perguntas procuram checar se estou realmente catequizado. A crise financeira foi causada pela ganância dos banqueiros. A defesa dos mercados livres é uma impostura ideológica para favorecer os ricos. Como aumentar o controle do Estado sobre a economia e a sociedade para evitar novas crises e o desastre ecológico final. De um lado e do outro, ao nos manifestarmos sobre um tema controvertido, somos classificados de acordo com estereótipos... A questão da informação é fundamental, porque as decisões nos Estados modernos não são tomadas pela interação entre o Congresso e o Executivo, como supõe a teoria, mas sim pela interação entre a opinião pública e o Executivo. O poder da opinião pública tornou-se superior ao do Legislativo. Por isso, a questão da objetividade da mídia, da forma de criar garantias para que a opinião pública não seja manipulada, transformou-se no ‘problema central da democracia’... Aproximar-se da verdade exige análise crítica dos fatos e afastamento da simplicidade associada a estereótipos”.

Dessa forma, o Executivo brasileiro quer que o PIB cresça acima de 4%, média já histórica dos governos do PT, a opinião pública acredita e atribui o crédito de 64% de popularidade à presidente Dilma. Porém, a verdade é que o Brasil não crescerá na faixa de 4%. Provavelmente, repetirá o desempenho do ano passado. No mesmo jornal Valor Econômico referido, tem-se à p. A-2: “O ex-ministro da Fazenda e do Planejamento Antonio Delfim Netto previu que o aumento do PIB ficará entre 2,5% e3% em 2012. Ele está mais pessimista que um mês atrás. Anteriormente, ele tinha estimado expansão de 3,6% a 3,7%.”

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