06/05/2012 - PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO
O artigo de Roberto Rodrigues,
ex-ministro da Agricultura do governo de Lula, que escreve a cada 15 dias na
Folha de são Paulo, de ontem, termina assim: “Em resumo, o excelente estudo
FIESP/ICONE mostra as projeções feitas no ano passado pela OCDE, segundo as quais o Brasil precisa
crescer 40% na sua produção de alimentos para que o mundo cresça 20% não estão
fora da realidade. Vamos chegar lá”. As expectativas da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), baseada na Europa, acompanha os
países desenvolvidos e os grandes emergentes, inclusive o Brasil, embora o País
não faça parte dela. Os dados referem-se até 2022. Convém lembrar que o
Departamento de Agricultura do Reino Unido tem divulgado estudos de que até
2050 o Brasil será o maior produtor mundial de agronegócios.
Conforme a teoria, os bens
oriundos do setor primário geralmente são inelásticos. No entanto, mediante
exame de tais projeções acima, eles não são mais inelásticos ou se tornaram elásticos?
O conceito de elasticidade econômica é de a maior variação relativa nas
quantidades em relação à variação relativa nos preços. Certamente, os preços de
várias commodities têm se elevado bastante neste século e com tendência a
continuar. Sem dúvida, alguns bens se vêm tornando menos inelásticos e outros
até elásticos. Contudo, convém analisar a série de cada um deles. Na medida em
que eles se tornarem bens de demandas superiores as tendências são das
elevações das suas elasticidades. Tais acontecimentos são bons para os grandes
empresários do setor primário, enquanto existir a forte demanda mundial por
commodities, o que não cessará por pelo menos mais dez anos, em razão das
elevadas taxas de crescimento dos países emergentes, tais como são a China e a
Índia. Mudou o mundo? Seguramente, tais emergentes não são imperialistas. Estes,
sim, por definição, sempre deprimiram os preços os bens de origem rural,
impondo suas condições.
“Em relação às carnes,
aumentaremos o nosso market share entre 2011 e 2022. Saltaremos de 26,1% para
38% em carne bovina, de 50% para 54,1% na de frango e de 10,4% na suína. Nossa
participação nas exportações mundiais de soja saltará de 34,7% para 41,2%. Já,
no açúcar, o salto será de 67,6% para 73%. No entanto, se não houver maior
estímulo para a produção de arroz e feijão, o consumo desses importantes
alimentos dependerá das importações em 2022, respectivamente, de 4,6% e de 2,4%
da demanda nacional”, afirma o citado Rodrigues. Sem dúvida, o progresso será
amplo do agronegócio, mediante expansão da fronteira agrícola interna, do
aumento da produtividade e da demanda internacional. Portanto, cabe ao País
dirigir esforços para suprir suas deficiências, visto que não há no mundo Nação
que possua mais de cerca de 100 milhões de hectares, que poderão vir a serem
utilizados para a produção rural. Isto é, o Brasil poderá dobrar em um século
pelo menos a sua produção atual.
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