09/05/2012 - BOLSA EM ABRIL
Uma reflexão importante é saber
por que as informações das grandes bolsas de valores estão presentes em quase
todos os noticiários das rádios, televisões, jornais, revistas semanais,
revistas mensais, dentre muitos outros comunicados do cotidiano? Seguramente,
em termos de repetição do tema, nenhum outro se apresenta com tamanha
freqüência. Isto deve acontecer desde quando se organizaram as primeiras
grandes bolsas de valores, a partir dos anos de 1700, época das grandes
invenções, que cristalizaram o capitalismo, chamada de “revolução industrial”.
Por isso mesmo, as bolsas de valores representam o local de negócios dos
títulos das empresas abertas. Valem dizer, aquelas que podem ter uma parcela do
seu capital comprada pelo público, parcela esta chamada de ação, que é um
título de propriedade. Entretanto, as bolsas de valores foram dominadas pelas
grandes empresas e praticamente não existem mais as pequenas ou médias que
abriram seu capital social, com vistas a serem capitalizadas. Na verdade, nas
bolsas de valores somente existem empresas gigantes.
No Brasil, não é diferente, na
atualidade. Porém, na história a bolsa de valores foi utilizada para grandes
captações do público. No entanto, desde o episódio do Encilhamento, em 1889,
início da República, quando a idéia era criar empresas nacionais para o
progresso e houve grande especulação, levando justamente ao oposto da vontade
de então, passando por várias outras ondas especulativas no curso das décadas
seguintes. Hoje a bolsa somente tem lançamentos gigantes, chamados de IPO
(termo em inglês, que significa oferta de ações em grandes blocos). Além do mais, as bolsas estaduais que
existiram se concentraram em uma só, no Estado de São Paulo, chamada de Bolsa
de Valores de São Paulo (BOVESPA).
Abril não foi grande mês de enorme
alta ou de baixa. Entretanto, foi um mês típico que sofreu o ataque do governo
federal às taxas elevadíssimas de juros praticadas pelos bancos. Um balanço é
interessante. Na BOVESPA foram negociadas 373 empresas, cujo valor de mercado
do conjunto foi estimado no último dia de março próximo, R$2,56 trilhões,
contra %$2,47 trilhões, recuando R%90 bilhões, aproximadamente 4,17%. A
considerar que o PIB brasileiro é inferior a R$4 trilhões, o valor das gigantes
empresas brasileiras está por volta de mais de 60% do PIB pátrio. Contudo,
quando se reparte o valor de cerca de R$2,5 trilhões da citada bolsa, vê-se que
o capital estrangeiro domina 40% do total dos negócios, os investidores
institucionais dominam 33%, ficando 26% com investidores nacionais, sendo deles
18% pessoas físicas e 8% pessoas jurídicas. Portanto, aí se vê que o
capitalismo no Brasil é concentrado e dependente do centro do capitalismo
mundial, haja vista que o capital estrangeiro está predominantemente investindo
na Petrobras, Vale e em outras jóias da coroa. Por seu turno, as negociações da
Petrobras e da Vale representam mais de 30% das transações globais. Logo, bolsa
de valores não é para principiantes. Todo cuidado é pouco.
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