14/05/2012 - JUROS SÓ NÃO RESOLVEM


A redução dos juros somente não é suficiente para a economia brasileira passar dos 4% de crescimento anual da economia, conforme projeta o governo federal. É tanto que as previsões dos cerca de 100 analistas financeiros consultados pelo Banco Central semanalmente afirmam que o PIB não se elevará mais do que 3% a 3,5%. A equipe econômica insiste em incentivar o consumo para promover o crescimento econômico, tal como fez a partir de 2008, como resposta do primeiro mergulho da crise internacional. Porém, na atual circunstância da vivência do segundo mergulho da crise mundial o modelo parece estar esgotado. A evidência disso se encontra no fato de que a taxa de consumo sobre o PIB já está acima de 60% e ela não se alterou praticamente, tendo em vista que o Banco Central já reduziu a SELIC em 4,75%. Além do mais, tem crescido o endividamento das famílias, que dobrou nos últimos cinco anos, para 41%, o que tem também reduzido seu poder de compra. Por seu turno, os bancos denotam aumento na taca de inadimplência.

Após 151 anos de rendimento fixo de 6,17% ao ano, a caderneta de poupança criada pelo imperador Dom Pedro II, foi alterada pela presidente Dilma, cuja remuneração dos novos depósitos será de 70% da variação da SELIC, a taxa básica de juros da economia, quando esta atingir 8,5% ou menos. O problema para as finanças públicas está crítico, visto que o rendimento da caderneta passou a ganhar de muitos fundos de renda fixa, após a taxa SELIC ter sido baixada para 9% anuais, cujas aplicações são feitas em títulos da dívida pública, tornando difícil para o governo rolar a imensa dívida. Ao mesmo tempo sabe a equipe econômica que a redução nos juros estimula a esfera produtiva, altamente desejável. Por outro lado, caindo a SELIC, menos ingresso poderá haver de capital estrangeiro, o que poderá desvalorizar o real, com pressões inflacionárias. Por seu turno, a inflação de maio veio forte, projetando agora o Banco Central de 5,5% para 6% a inflação para 2013, o que provavelmente forçará o governo a elevar a taxa SELIC. Logo, até reduzir a SELIC para 8,5% ou menos colocará em risco a política de metas de inflação.

A presidente Dilma está sendo levada a fazer as reformas prometidas em campanha. Chegam-lhe muitas sugestões, que não envolvem muitos esforços. Poderá reforçar as privatizações e concessões de estradas, portos, aeroportos e rodovias. Unificar as alíquotas do ICMS, para acabar com a guerra fiscal. Limitar ou reduzir os gastos públicos. Reformar a educação. Estabelecer metas de desempenho dos funcionários públicos. Enfim, existem muitas medidas proativas com as reformas. É cumprir suas promessas de campanha, continuando a ser ortodoxa a política econômica, conforme FHC e Lula adotaram.



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