30/04/2020 - PROJEÇÕES ECONÔMICAS ATÉ ABRIL




O mercado financeiro ecoa semanalmente sua voz através da pesquisa do Banco Central. Em princípio ela é considera a mediana das constatações de cerca de 100 instituições financeiras, que tem sido geralmente moderada. Entretanto, a previsão de queda da economia está cada vez maior, devido aos efeitos de medidas de isolamento social, necessárias para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Pela 11ª semana consecutiva as instituições financeiras revisaram a projeção de recuo do PIB. Desta vez passou de - 2,96% para – 3,34%, no final de 2020. Já para 2021 o mercado financeiro estima 3% de incremento do PIB. A inflação projetada pelo IPCA, por volta de 3% em 2020 está abaixo do centro da meta de inflação de 4%. O que está indicando uma saída de curto prazo da recessão é a previsão do mercado financeiro para cotação do dólar é de R$4,80 no final de 2020. Ora, o dólar comercial já bateu em R$5,67 e se encontra hoje em R$5,36. Sem dúvida o governo continua vendendo a divisa para contê-lo. Já vendeu mais de US$50 bilhões.

A Fundação Getúlio Vargas trouxe notícias ruins sobre o consumo. Assim, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 22 pontos em abril, na comparação com março deste ano. O indicador chegou a 58,2 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em setembro de 2005. O ICC traz duas expectativas sobre o presente e em relação ao futuro. Ambas recuaram. Já o Índice de Confiança do Comércio (Icom) teve queda de 26,9 pontos na passagem de março para abril deste ano, chegando a 61,2 pontos. Tratou-se do maior recuo do indicador de toda série iniciada em abril de 2010, em escala também de zero a 200. O Icom caiu em todos os seis segmentos pesquisados. A sondagem mensal da FGV também recuou em serviços. Depois de uma queda de 11,6 pontos em março, o Índice de Confiança de Serviços caiu outros 31,7 pontos em abril, para 51,1 pontos, na mesma escala referida.

Por sua vez a Confederação Nacional da Indústria trouxe em sua sondagem de março, que a queda da demanda citada acima pelo FGV, resultou também em redução sem precedentes da atividade industrial, que levou a utilização da capacidade instalada ao menor nível já registrado na série mensal, iniciada em 2010. O Índice de Utilização da Capacidade Industrial (UCI) recuou 44,6 pontos em fevereiro para 31,1 em março. Valores abaixo de 50 pontos indicam atividade desaquecida. O UCI recuou 10% de fevereiro para março, para 58%. O percentual também é o menor da série. Por sua vez, o Índice de Intenção de Investimento caiu de 58,3 pontos em março para 36,7 pontos em abril. O recuo reflete a piora da situação financeira, além da elevada incerteza e queda na confiança.

Dessa forma, a pandemia tem causado impacto intenso no setor industrial, no setor comercial e no setor de serviços, restando ainda conhecer o impacto no setor agropecuário, cuja expectativa é de que seja de um bom resultado.

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